segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Vida Cristã Comparada a Uma Árvore


A Vida Cristã Comparada a Uma Árvore

'Será como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas a qual dá seu fruto na estação própria e cujas folhas não caem e tudo quanto fizer prosperará'. Salmos 1:3

A raiz
No sentido espiritual, fala da profundidade da vida cristã arraigada e sobre - edificada em Cristo ( Cl 2:6, Gl 4:19, Hb 12:15, Dt 29:18).

Caule
isto representa a estrutura espiritual de uma vida cristã equilibrada sobre o fundamento, que é Cristo (! Sam12:1-4).

Folhas
As folhas são a expressão da árvore, assim como as palavras a expressão de um caráter (Mt5:37, 12:37; Lc 6:37-38; Gl 6:7).

Flores
Fala dos resultados de uma vida transformada pelo poder do sangue de Jesus ( Jo 15:5-8; Lc 6:43-46; Sl 103:1-2; Jo 1:47; 2 Rs 4:9).

- brilho ( Mt 5:16; Co 6:10)


- beleza espiritual ( Sl 92:12-14)
- cheiro de Cristo ( 2 Co 2:15)

Frutos
São os resultados espirituais oriundos de uma vida cristã fundamentada na palavra de Deus ( Lc 6:43-45)

Conclusão
A vida cristã enxertada na videira verdadeira é uma vida completa de:

- Firmezas Espirituais.
- Equilíbrios Espirituais.
- Comunicações Santas.
- Testemunhos exemplares.
- Frutos dignos de arrependimento.

O Que é Pecado Original?


O Que é Pecado Original?

É o pecado herdado da desobediência de Adão e Eva. O primeiro homem, como representante da raça humana, corrompeu toda a humanidade ao transgredir a lei de Deus. O Senhor Deus ordenou ao homem:

"De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás, pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás"

A mulher, dando ouvidos à serpente, comeu do fruto da árvore proibida e cometeu o primeiro pecado da humanidade. "Como semente gera semente da mesma espécie", nós, sementes de Adão, herdamos a natureza pecaminosa. Assim, "por um só homem entrou o pecado no mundo / pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Gn 2.16-17; 3.1-6; Rm 3.23; 5.12). A esperança é que se

"pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos". (Rm 5.19).


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Frequentemente, os teólogos fazem diferença entre os atos pecaminosos que cometemos e a natureza pecaminosa que temos. Todos fomos corrompidos pela queda de Adão; todos somos julgados pecadores, mesmo antes de pecarmos. O rito muito difundido do batismo infantil está relacionado com o reconhecimento dessa crença. A ideia é que uma criança recém-nascida que morre sem ter sido batizada estará perdida eternamente porque era pecadora, e se essa pecaminosidade não foi removida de alguma forma, a criança perderá a vida eterna.



Não existe apoio bíblico para essa prática, nem para a ideia de que uma criança que morrer estará automaticamente condenada à destruição. Agora, é verdade que o “pecado original” de Adão e Eva teve todas as consequências universais que afetam a todos. O pecado entrou o mundo por uma pessoa, e por esse pecado, a morte veio a “todos os homens” (Rm 5:12 ) - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram."



6. Como o apóstolo Paulo descreve as poderosas tendências de comportamento pecaminoso com que todos nascemos? Rm 8:7, 8 ; 7:21-24 . Qual foi a experiência da realidade dessas tendências em sua própria vida?



Rm 8:7, 8 ; - "Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus."



Rm. 7:21-24 . - "Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?"



Ao longo dos séculos, alguns cristãos declararam haver alcançado um estado de perfeição. Mas aqueles que afirmam isso estão enganando a si mesmos. Essa pretensão é contrária às palavras claras das Escrituras. Citando o Salmo 106:6 Paulo declarou: “Não há justo, nem um sequer” (Rm 3:10 ). Seu colega, o apóstolo João, foi igualmente inflexível: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos” (1Jo 1:8 ).



“A santificação não é a obra de um momento, uma hora ou um dia. É um crescimento ininterrupto na graça. Em um dia, não sabemos quão forte será nosso conflito no dia seguinte. Satanás vive e está ativo, e cada dia precisamos clamar fervorosamente a Deus pedindo ajuda e força para lhe resistir. Satanás reina e, por isso, tenho o eu a subjugar, ataques de Satanás a vencer, e não existe lugar de descanso. Não existe ponto a que possamos chegar e dizer que atingimos a perfeição” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 7, p. 947).



Suponha você que houvesse chegado a um ponto em que tivesse alcançado verdadeiramente a vitória sobre o pecado; isto é, não estaria cometendo nenhum pecado conhecido. Ainda mais, você seria sempre bom, amoroso, generoso e viveria conforme toda a luz que conhecesse. Suponha que você refletisse “perfeitamente” o caráter de Jesus. Por que, mesmo assim, você ainda precisaria de um Salvador cuja justiça seria a única a lhe permitir apresentar-se sem “condenação” (Rm 8:1 ) diante de Deus?



Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Rom. 8:1)


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“O sexo”, respondem muitos. Crêem que o fruto proibido no jardim do Éden era símbolo das relações sexuais e que Adão e Eva pecaram ao praticarem o ato sexual.

Essa idéia não é nova. Segundo a historiadora Elaine Pagels, “a afirmação de que o pecado de Adão e Eva foi ter relações sexuais” era “comum entre os instrutores cristãos [do segundo século], tais como Taciano, o Sírio, que ensinava que o fruto da árvore do conhecimento transmitia conhecimento carnal”. Também, para Agostinho, um dos padres da Igreja da Igreja, do quinto século EC, o pecado teve sua origem no desejo sexual por parte de Adão. Com efeito, a revista Psychology Today disse que “o pecado de Adão foi o conhecimento carnal”.

Outros assumiram a posição de que a árvore do conhecimento do bem e do mal representava o próprio conhecimento. A Encyclopædia Britannica assevera que o “conhecimento do bem e do mal” era “uma expressão clássica de todo o conhecimento”. Isso significaria que Deus queria que Adão e Eva fossem ignorantes, e que eles se rebelaram contra ele por procurarem expandir seu conhecimento.

Mas ambas as interpretações certamente pintam um quadro de um Criador injusto e egoísta. Por que criaria ele o homem com necessidades tanto sexuais como intelectuais e então não lhe concederia um meio de satisfazer tais desejos sem incorrer na pena de morte? Quem se sentiria atraído a amar e a servir um Deus assim?

Foi o Sexo o Pecado Original?

Muitos não sabem que ambas as interpretações contradizem redondamente o contexto do relato de Gênesis. Consideremos, primeiro, a idéia de que a proibição de Deus no Éden era, realmente, contra as relações sexuais. A lei em pauta acha-se registrada em Gênesis 2:16, 17: “De toda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.”

Tratava-se realmente duma velada referência ao sexo? Bem, segundo registrado em Gênesis 1:27, 28, Deus ordenou ao homem e à mulher que ‘fossem fecundos e se tornassem muitos e enchessem a terra’. Como poderiam Adão e Eva obedecer a tal ordem sem terem relações sexuais? Devemos realmente supor que Deus lhes deu uma ordem e então os sentenciou à morte por tentarem obedecer a ela?

Ademais, o relato de Gênesis mostra que Adão e Eva pecaram em separado, e não simultaneamente. O capítulo 3, versículo 6 , torna claro que Eva foi seduzida a comer do fruto primeiro, e que, “depois deu também dele a seu esposo, quando estava com ela, e ele começou a comê-lo”. Assim, comer o fruto proibido seria um símbolo inapropriado e fantasioso das relações sexuais.

Foi o Conhecimento?

Que dizer da afirmação de que o fruto proibido era símbolo de todo o conhecimento? Na realidade, tanto Adão como Eva já tinham assimilado abundante conhecimento antes de desobedecerem à lei registrada em Gênesis 2:16, 17. O Criador deles, o próprio Yehowah, estava diretamente envolvido em sua educação. Por exemplo, Ele trouxe todos os animais e aves ao homem, para ele lhes dar nomes. (Gênesis 2:19, 20) Sem dúvida, Adão teria de estudar cada um cuidadosamente a fim de lhes dar um nome apropriado. Quanta instrução em zoologia! Eva, embora criada mais tarde, tampouco era ignorante. Quando interrogada pela serpente, ela mostrou que tinha sido instruída na lei de Deus. Ela conhecia a diferença entre o certo e o errado, e até mesmo sabia das consequências das ações erradas. — Gênesis 3:2, 3.

A interpretação do pecado original como sendo quer o sexo, quer o conhecimento, é apenas isso — uma interpretação humana, nada mais. Sua debilidade é demonstrada pela pergunta do fiel homem, José: “Não pertencem a Deus as interpretações?” (Gênesis 40:8) A Bíblia se torna muito mais fácil de entender quando não lhe impomos idéias humanas, mas, em vez disso, deixamos que ela mesma se interprete. Qual, então, foi o pecado original? Bem, o relato de Gênesis nos fornece todo motivo de crer que a árvore do conhecimento do bem e do mal era uma árvore verdadeira. Diz-se-nos onde ela estava no jardim, e ela é mencionada em relação a outras árvores. Seu fruto era real, e Adão e Eva realmente comeram tal fruto.

Foi a Desobediência?

Por comerem esse fruto, o que estavam fazendo? A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) timidamente sugere: “Poderia ter sido, simplesmente, um desafio aberto a Deus, uma insolente recusa de obedecer a Ele.” Não é isso que Gênesis diz com clareza? Romanos 5:19 confirma esse ponto: “Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores.” (A Bíblia de Jerusalém) O pecado original foi um ato de desobediência.

Ao passo que um pecado de desobediência possa parecer simples, à primeira vista, considere suas profundas implicações. Uma nota de rodapé de A Bíblia de Jerusalém (ed. 1985) expressa-se do seguinte modo: “[O conhecimento do bem e do mal é a faculdade de decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal, e de agir consequentemente: reivindicação de autonomia moral . . . O primeiro pecado foi um atentado à soberania de Deus.” Sim, “a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau” simbolizava a prerrogativa de Deus de fixar padrões para o homem quanto ao que é aprovado ou ao que é condenado. Por recusar-se a obedecer à lei de Deus, o homem estava questionando o próprio direito de Deus de governá-lo. Yehowah respondeu equanimemente a este desafio por permitir que o homem governasse a si mesmo. Não concordaria que os resultados têm sido desastrosos? — Deuteronômio 32:5; Eclesiastes 8:9.

É por isso que o tema da Bíblia, a Vindicação do Direito de Deus ser Soberano e a Redenção da Humanidade Obediente por meio de Jesus Cristo, traz tanta esperança. Por meio do Reino de Deus, Ele promete pôr fim em breve ao opressivo domínio humano e substituí-lo pelo Seu domínio — um Reino que nos dará de volta o paraíso terrestre — algo que Adão e Eva perderam. — Salmo 37:29; Daniel 2:44.


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O conceito de pecado original e suas consequências

ESCRITO POR UM PADRE:

No livro do Gênesis 1, 27 vem descrita a criação do homem por Deus (Cf. Bíblia Sagrada, 2008: 16), constituído em um estado de santidade e de justiça original, que era uma participação da vida divina (Cf. Catecismo da Igreja Católica – doravante indicado por CIC –, 1999: 107, §375); e sua posterior queda e expulsão do Paraíso, com a perda do estado de graça e dos dons preternaturais com que Deus o cumulou, como o de integridade, desfrutando assim de impassibilidade e de imortalidade (Bíblia Sagrada, 2008: 17-18). Gozava, portanto, de felicidade plena. Fora criado não apenas bom, mas em “amizade com o Criador e em total harmonia consigo mesmo e com a criação que o rodeava que só serão superadas pela glória da nova criação em Cristo” (CIC, 1999: 107, §374).

Uma proibição apenas lhe fora imposta: não comer do fruto da árvore do bem e do mal, que havia no centro do Éden (Bíblia Sagrada, 2008: 16). Surpreendentemente, o primeiro homem sucumbe à prova, aparentemente tão simples, com graves consequências para si e para todos os seus descendentes. Perdeu ele, assim, o estado de inocência.

“O gênero humano inteiro é em Adão “sicut unum corpus unius hominis – como um só corpo de um só homem”. Em virtude desta “unidade do gênero humano”, todos os homens estão implicados na justiça de Cristo. [...] Sabemos, porém, pela Revelação, que Adão havia recebido a santidade e a justiça originais não exclusivamente para si, mas para toda a natureza humana: ao ceder ao Tentador, Adão e Eva cometem um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana, que vão transmitir em um estado decaído. É um pecado que será transmitido por propagação à humanidade inteira, isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada da santidade e da justiça originais. E é por isso que o pecado original é denominado “pecado” de maneira analógica: é um pecado “contraído” e não “cometido”, um estado e não um ato. [...] E a privação da santidade e da justiça originais, mas a natureza humana não é totalmente corrompida: ela é lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado (esta propensão ao mal é chamada ‘concupiscência’)” (CIC, 1999: 115).

E nas potências da alma humana, que originalmente estavam ordenadas, com as potências intelectivas governando e comandando as sensitivas, foi introduzida a desordem.

“O ‘domínio’ do mundo que Deus havia outorgado ao homem desde o início realizava-se antes de tudo no próprio homem como domínio de si mesmo. O homem estava intacto e ordenado em todo o seu ser, porque livre da tríplice concupiscência que o submete aos prazeres dos sentidos, à cobiça dos bens terrestres e à auto-afirmação contra os imperativos da razão. [...] É toda esta harmonia da justiça original, prevista para o homem pelo desígnio de Deus, que será perdida pelo pecado de nossos primeiros pais” (Id.: 108).

Para atingir a perfeição, necessita o homem doravante vencer a natureza enfraquecida e inclinada ao mal.

No homem, a inteligência iluminada pela Fé deve orientar a vontade, e esta governar a sensibilidade. Todo o homem agiria assim ordenado em função da razão e da Fé. Ocorre que depois do pecado original, a sensibilidade humana tende sempre a revoltar-se contra o jugo da vontade, e esta, a não seguir os ditames da razão, a qual, por sua vez, tende a se dissociar da Fé. Portanto, a primeira tendência da humanidade decaída é para o domínio dos instintos desordenados. “Somente à luz do desígnio de Deus sobre o homem compreende-se que o pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-Lo e amar-se mutuamente” (Id.: 110). “É preciso conhecer a Cristo como fonte da graça para conhecer Adão como fonte do pecado” (Id.: 110).

“O relato da queda (Gn 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um fato que ocorreu no início da história do homem. A Revelação dá-nos a certeza de fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original cometido livremente por nossos primeiros pais” (Id.:110-111).

Por ser inteligente, tem o homem o livre arbítrio para, com o auxílio da graça divina e uma boa formação moral, vencer essas más tendências, caminhando para a perfeição. “Faz parte da perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão” (CIC, 1999: 479).

Tendo havido o pecado original, a natureza humana ficou tendente ao mal.

71. Assim pois, os filhos de Adão nascem privados da justiça original, isto é, da graça santificante e do dom de integridade. A privação desta graça constitui o que se chama o pecado original, pecado em sentido lato, que não implica ato algum culpável da nossa parte, senão um estado de decadência, e, tendo em conta o fim sobrenatural a que persistimos destinados, uma privação, a falta duma qualidade essencial que deveríamos possuir, e, por conseguinte, uma nódoa, ou mácula moral, que nos afasta do reino dos céus.

72. E, como o dom de integridade ficou igualmente perdido, arde em nós a concupiscência, a qual, se lhe não resistimos corajosamente, nos arrasta ao pecado atual. Somos, pois, relativamente ao estado primitivo, diminuídos e feridos, sujeitos à ignorância, inclinados ao mal, fracos para resistir às tentações. [...]

74. Conclusão. O que se pode dizer é que, pela queda original, o homem perdeu esse belo equilíbrio que Deus lhe tinha dado [grifo nosso]; que é, relativamente ao estado primitivo, um ferido e um desequilibrado, como bem o mostra o estado presente das nossas faculdades. [...] as paixões precipitam-se com ardor, com violência até, para o bem sensível ou sensual, sem se inquietarem com o lado moral, procurando arrastar ao consentimento a vontade. [...]75. As faculdades intelectuais, que constituem o homem propriamente dito, a inteligência e a vontade, foram atingidas também pelo pecado original. [...] 1) [A nossa inteligência] Em lugar de subir espontaneamente para Deus e para as coisas divinas, em vez de se elevar das criaturas ao Criador, como o houvera feito no estado primitivo, tende a absorver-se no estudo das coisas criadas sem remontar à sua causa [...]. b) A nossa mesma vontade em lugar de se submeter a Deus, tem pretensões à independência; custa-lhe sujeitar-se a Deus e sobretudo aos seus representantes na terra. [...] E quantas vezes se não deixa ela arrastar pelo sentimento e pelas paixões!( TANQUEREY, 1961: 36-38)

Portanto, especialmente a sensibilidade, os instintos do homem ficaram desordenados, em contínua revolta contra a inteligência e a vontade.

E Tanquerey (1961: 379-380) completa, sobre a perda da harmonia interna no homem:

789. Efeitos das paixões desordenadas.

Chamam-se desordenadas as paixões que tendem para um bem sensível proibido, ou até mesmo para um bem permitido, mas com demasiada sofreguidão e sem o referir a Deus. Ora, estas paixões desordenadas:

Cegam a alma, lançando-se para o seu objeto com impetuosidade, sem consultar a razão, deixando-se guiar pelo instinto ou pelo prazer. Ora, nisto há um elemento perturbador que tende a falsear o juízo e a obscurecer a reta razão. Como o apetite sensitivo é cego, por natureza, se a alma se deixa guiar por ele, cega-se a si mesma: em vez de se deixar conduzir pelo dever, deixa-se fascinar pelo prazer do momento. É como uma nuvem que a impede de ver a verdade; obcecada pela poeira que as paixões levantam, a alma já não vê claramente a vontade divina nem o dever que se lhe impõe e deixa de ser apta para julgar retamente das coisas.

Fatigam a alma e fazem sofrer. [...]

2) Daqui um sofrimento tanto mais intenso quanto mais vivas são as paixões: porque elas atormentam a pobre alma, até serem contentadas, e, como o apetite vem com o comer, reclamam as paixões cada vez mais; se a consciência protesta, impacientam-se, agitam-se, solicitam a vontade para que ceda aos seus caprichos que incessantemente renascem: é uma tortura inexprimível.

c) Enfraquecem a vontade. Solicitada em sentidos diversos por essas paixões rebeldes, vê-se forçada a vontade a dispersar as próprias forças, que por isso mesmo vão enfraquecendo. Tudo o que cede às paixões, aumenta nelas as exigências e diminui em si as energias. [...] E não tardará o momento em que a alma enfraquecida caia no relaxamento e na tibieza, disposta a todas as capitulações.

d) Maculam a alma. Quando esta, cedendo às paixões, se une às criaturas, abate-se ao nível delas e contrai a sua malícia e as suas manchas; em vez de ser imagem fiel de Deus, torna-se imagem das coisas a que se apega; grãos de pó, manchas de lodo vêm embaciar-lhe a beleza e opor-se à união perfeita com Deus.

E o que resta ao homem fazer para vencer essa “lei do pecado”?

A luta contra a desordem das paixões. “Do ponto de vista psicológico, não cabe dúvida de que o remédio capital contra as paixões desordenadas será sempre uma vontade firme e decidida de vencer” (MARIN, 2001: 369-370, §252).

Portanto, o segredo do bom êxito no grande embate espiritual que o homem trava na vida está na boa formação da vontade, para que esta queira o que deve querer segundo a Lei de Deus e não atendendo a “lei do pecado”.