quarta-feira, 4 de novembro de 2015

terça-feira, 3 de novembro de 2015

OS PRIMOGÊNITOS



O que significa primogênito e unigênito?


Para definirmos o significado dessas duas expressões, comecemos vendo o uso de cada uma delas em um texto bíblico:

“E são estes os nomes dos filhos de Arão: o primogênito, Nadabe; depois, Abiú, Eleazar e Itamar.” (Nm 3.2)

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16)



A Bíblia usa na maioria de suas passagens a palavra primogênito para designar o filho homem mais velho de um casal. Porém, o termo também pode ser usado para designar a filha mais velha (primogênita) e também a primeira cria de um animal (Gn 29. 26; Lv 27. 26).

Na cultura judaica, o filho primogênito tinha o direito de receber uma porção dobrada da herança dos pais. Esse direito era chamado de direito de primogenitura (Dt 21.15-17).


Já o uso da palavra unigênito é mais restrito e deve ser compreendido corretamente, principalmente quando é usado para designar Jesus Cristo. Unigênito significa o único gerado, o único gerado do mesmo tipo. Podemos aplicar o termo para pais que têm um filho único. Esse filho único é o filho unigênito do casal.

Com relação a Jesus Cristo, a Bíblia diz que Ele é o filho unigênito de Deus: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.” (Jo 1.18). Poderíamos facilmente cometer o erro de entender de forma equivocada essa expressão e chegarmos à falsa conclusão de que Jesus foi criado por Deus, que não passaria de mais uma criatura de Deus como nós o somos. Porém, Jesus, não foi criado, mas gerado pelo Pai. Nesse sentido é que o termo unigênito se encaixa perfeitamente para Cristo. R. C. Sproul explicou bem essa questão dizendo que “O Filho procede eternamente do Pai, não como criatura, mas como a Segunda Pessoa da Trindade.”

Assim, uso do termo unigênito para Jesus em nenhum momento ofende seu “status” de Senhor e Deus, que é afirmado veementemente nas Escrituras.



Em que sentido é Jesus "o primogênito

de toda a criação"?

Colossenses 1:15-20 é uma das passagens mais fortes que afirma a primazia de Jesus Cristo. Este trecho mostra que Jesus é superior à criação, acima de todas as autoridades, e o cabeça da igreja. Em Jesus habita "toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9; 1:19).

Algumas pessoas interpretam a palavra "primogênito" de uma maneira errada, assim tirando Cristo de sua devida posição divina. Ele é Deus que se fez carne (João 1:14) e que veio à Terra para ser "Deus conosco" (Mateus 1:23). Essas pessoas dizem que "primogênito de toda a criação" quer dizer que o próprio Jesus foi criado. Para apoiar esta idéia, alguns até pervertem a tradução da Bíblia, inserindo a palavra "outras" cinco vezes neste trecho (Colossenses 1:16-20) para mudar o sentido do texto (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, a tradução usada exclusivamente pelos Testemunhas de Jeová). Para afirmar que Jesus fez as outras criaturas é como dizer que uma criança está brincando com os outros cachorros. A criança não é cachorro, e Jesus não é criatura. Ele é eterno. Já existia no princípio (João 1:1). Usou o mesmo nome que Jeová usou no Velho Testamento ­ "Eu Sou" (João 8:24,58; Êxodo 3:14).

"Primogênito" nem sempre tem o sentido do primeiro que nasceu. Esta palavra é usada várias vezes na Bíblia para mostrar a posição de honra ou privilégio que alguém recebeu. Por exemplo, Deus chamou Israel de primogênito entre os povos (Êxodo 4:22). Diversas outras nações já existiam séculos antes de Deus criar a nação de Israel. Primogênito não quer dizer, neste caso, o primeiro que passou a existir. Quer dizer simplesmente que Deus colocou Israel numa posição de honra acima de todas as nações. No Novo Testamento, todos os filhos de Deus são primogênitos (Hebreus 12:23) porque Deus os colocou numa posição de honra. No mesmo sentido, o Pai colocou Jesus numa posição de primazia acima de todas as criaturas.

De semelhante modo, Jesus é o primogênito de entre os mortos (Colossenses 1:18). Outras pessoas foram ressuscitadas antes de Jesus, mas ele reina supremo sobre todos. Jesus não é criatura. Ele é Criador, Redentor, e Senhor dos senhores (Apocalipse 17:14).


O Primogenito Da Criação

“O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda
a criação” Cl. 1,15.


Não é possível negar que texto refere-se a Jesus como o Primogênito. Isto está muito claro. A questão aqui é definir o conceito de primogênito usado pelo autor quando o mesmo o aplica a cristo esse termo, por ventura estaria ele afirmando que Cristo teria sido a primeira obra da criação de DEUS?
Com absoluta convicção afirmo-lhes que nunca passou em suas idéias fazer tais afirmações pois estaria ele contrariando a si próprio, já que o mesmo autor em Inúmeras outras referencias afirma categoricamente ser JESUS um ser divino portanto, tal afirmação deve ser totalmente descartada. Veja; Rm. 9,5. Tt.2,13. Diante dessas assertivas so podemos acreditar que Paulo estava falando algo a respeito de Jesus que não era ser ele um ser criado, e juntos vamos analisar com muito cuidado tal expresão.
Espero que após algumas consultas e analise da Bíblia e algo sobre a cultura dos judeus, e o direito de primogenitura, possamos concluir e nos convencermos de que Jesus Cristo é o Verdadeiro Deus e nosso eterno salvador, sendo assim digno de receber toda honrra gloria e nossa adoração.

O Texto

“O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”.

Como harmonizar: “… o primogênito de toda a criação” – com ideia da eterna preexistência de Cristo?
Os eternos negativistas da divindade de Cristo, afirmam que nesta passagem a palavra primogênito tem sentido temporal, “… de modo que ele está classificado entre as criaturas de Deus, sendo o primeiro entre elas”. (Portanto não pode ser Deus.TJ). Seja Deus Verdadeiro, página 35.

Que significa a palavra primogênito?

Quase sempre se pensa neste termo com sentido temporal, significando única e exclusivamente o primeiro criado ou nascido, mas este estudo visa provar que além desta aplicação a palavra é usada na Bíblia com o significado de posição, de preeminência.
Às vezes, primogênito significa um filho amado em grande maneira, o preferido entre os demais.
O termo chega a ser usado com o sentido de um qualificativo superlativo: Isaías 14.30 afirma: “Os primogênitos dos pobres serão apascentados”, isto quer dizer: Os mais pobres, os paupérrimos serão apascentados.
A palavra grega para primogênito é protótokos; Que com suas flexões pode ter o significado de: Primeiro, melhor, mais importante, preeminente, nascido, criança, nascer. Com o sentido de mais importante, mais preeminente. Todos conhecem o título de primeiro ministro, primeira ministra.
A palavra pode e é usada na Bíblia para a primeira criança que nasce: (Sentido Primario)
“Saiu o primeiro, ruivo, todo revestido de pêlo; por isso, lhe chamaram Esaú” (Gn 25.25);
“Todo o que abrir a madre, de todo ser vivente, que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás” (Nm 18.15);
“… e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7);
“Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11.28).

Referindo-se a Jesus esta palavra é usada sete vezes no Novo Testamento.
Duas vezes, de seu nascimento através de Maria: (Sentido Primário)

“Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus” (Mt 1.25);
“… e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7).

Cinco vezes, não do nascimento físico, mas em sentido figurado:

1.Primogênito entre muitos irmãos:
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29);

2.Primogênito de toda a criação:
“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15);

3.Primogênito dentre os mortos:
“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia” (Cl 1.18);

4.Deus introduz o primogênito no mundo:
“E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6);

5.Primogênito dos mortos:
“… e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra” (Ap 1.5).

Destas sete referências a Cristo, a que merece especial atenção é a de Cl 1.15.

“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”.

Notem bem que Paulo não diz que o Filho de Deus foi a primeira criação, mas o primeiro de toda a criação. Na sua relação com Deus, Cristo jamais é chamado primogênito, mas sim unigênito, ou ainda preeminente, único. Será que com a frase “primogênito de toda a criação”, Paulo almejava mostrar que Jesus foi o primeiro ser criado, ou que ele é o primeiro em posição?

O contexto e a Analogia da Fé, nos provam que não há aqui a idéia de mostrar cristo como o primeiro criado, mas o que tem a primazia sobre tudo: “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia” (Cl 1.18).

Veja outras afirmações do apostolo com relação a Cristo.

“… aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13).
“… deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” (Rm 9.5).
“E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6), nos indica de modo bem claro que a palavra primogênito indica a preeminência de Cristo e o seu domínio sobre todas as coisas.

O eminente prof essor de grego nas Universidades de Tennessee e Yale, Isbon T. Beckwith, em seu livro Apocalypse of John, comentando a passagem “… e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano
dos reis da terra” (Ap 1.5), ele afirma que a palavra “protótokos” em primogênito, tem o sentido hebraico de o mais notável em categoria principesca.

F. C. Bruce em seu Commentary on The Epistle to The Hebrews, página 15 nos diz: “Cristo é chamado o primogênito de toda a criação, porque Ele existe antes de toda a criação e porque toda a criação é herança dele”.

Entre os judeus todo primogênito tinha o direito de reclamar quatro privilégios.

O primeiro, a de consagração a Deus (Êx 13,2; 13,15; 22,29).
O segundo, o direito de sucessão nos poderes paternos (Dt 21.17).
O terceiro, a bênção especial do pai (Nm 3.13).
O quarto, porção dobrada porção da herança material paterna (Dt 21.17).
(Ver: “Primogenitura”, Dicionário Bíblico Nova Vida.).

Se os judeus tivessem sido leais a Deus haveriam participado dos poderes da primogenitura em sua forma mais ampla: “Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito” (Êx 4.22).

Em primeiro lugar, Israel foi o único povo da terra consagrado a Deus;

Em segundo lugar, Israel recebeu uma bênção especial quando saiu do Egito;

Em terceiro lugar, Israel tinha o direito de chegar a ser “a cabeça” das nações, como império mundial (Dn 2.44) e ser reais sumo sacerdotes;

Em quarto lugar, Israel receber a herança da Canaã Celestial.

Todos estes privilégios fizeram com que a palavra fosse empregada figuradamente com o significado de preeminência, respeitabilidade, pessoa digna de toda a atenção.
Temos muitas referências bíblicas que provam esta preeminência, tais como:

Em Gn 41.50-52, mostra que José tinha dois filhos, sendo Manasses o primogênito, mas Jr 31.9, afirma: “Efraim é o meu primogênito”.

Davi sendo o mais jovem entre oito irmãos (1ºSm 17.12), foi ungido rei (1ºSm 16.10-12). Sem preeminência cronológica recebeu as prerrogativas do primogênito (Sl 89; 20.27).
Sinri, não era o primogênito, apesar disso foi eleito o principal: “De Hosa, dos filhos de Merari, foram filhos: Sinri, a quem o pai constituiu chefe, ainda que não era o primogênito” (1ºCr 26.10).

Em Êxodo 4.22, Moisés devia dizer a Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito”. Esta afirmação indica os privilégios deste povo, que é chamado na Bíblia de escolhido, santo, especial e de muitos outros títulos elogiosos (Dt 7.6-7).

Estes privilégios não permaneceram para sempre com Israel, como a História Bíblica nos confirma, mas se reuniram na pessoa de Cristo, como se conclui pela analise de várias passagens como:

“Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei” (Ez 21.27).

“O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110,4).

“Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e será revestido de glória; assentar-se-á no seu trono e dominará, e será sacerdote no seu trono e reinará perfeita união entre ambos os ofícios” (Zc 6.13).

“O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre os seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.10).

“A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá, sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém” (Mq 4.8).

“Tendo, pois a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firme a nossa confissão”.

Dentre os personagens do Antigo Testamento, José e Davi estão entre aqueles que mais se destacaram e não sendo primogênitos pelo nascimento receberam este título em virtude do destacado papel que desempenharam na história do antigo Israel.

Ao pensarmos no título de excelência que receberam – primogênito – e sendo eles um símbolo de Cristo, entenderemos melhor porque nosso Salvador, cinco vezes, recebeu dos escritores bíblicos esta nobilíssima menção.

W. E. Read, Escreveu: “Isto é algo do que Deus queria indicar ao falar de seu ‘Primogênito’. O que se aplica a Israel como povo, aplica-se num sentido muito mais amplo ao Messias – a Cristo Nosso Senhor.

Na palavra primogênito portanto, a ênfase não está necessariamente na descendência física, mas na posição de dignidade, honra e preeminência. Todas as prerrogativas da primogenitura foram atribuídas a Jesus, mas num sentido muito mais amplo e completo.
Cita ainda o mesmo autor de Adão Clarke: “Eu o farei Meu Primogênito. Lidarei com ele como um pai o faz com seu filho primogênito, a quem pertence uma porção dobrada das posses e das honras. A palavra primogênito nem sempre tem um significado literal nas Escrituras. Ela muitas vezes significa simplesmente filho benquisto ou mais amado; alguém que se estima acima de todos os outros, e se distingue por alguma prerrogativa elevada. Assim Deus chama Israel Seu Filho, Seu primogênito. Êx 4.22. No mesmo sentido ela é, às vezes, aplicada ao próprio Jesus Cristo, para indicar Sua supereminente dignidade”.
Adão Clarke, Commentary on the Bible, sobre o Salmo 89.27.

Cristo, o Primogênito

João nos diz que Cristo ê o “primogênito dos mortos” (Ap 1.5). No sentido Restrito de primeiro, o primogênito dos mortos foi Abel, porém Cristo é o principal de todos os que têm morrido, o mais amado de Deus entre os mortos ressuscitados.

Assim é o “primogênito” de toda a criação (Cl 1.15), não por ser o primeiro ser criado (Ele é Pai Eterno: Is 9.6) senão “… para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.18).

Cristo é o principal de toda a criatura porque é “… o Primogênito do Céu” (Sl 24.7-9); é o Primogênito da Terra: “… ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6).

O Filho de Deus é o primogênito, porque é “… sobre todo principado e autoridade, e poder, e dominação e sobre todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Ef 1.21).

Cristo é o primogênito de Deus Por tem sido eleito:

“E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17);
“Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1ªPe 2.4).

Por tem recebido a bênção do Pai.

“Bendito o que vem em nome do SENHOR. A vós outros da Casa do SENHOR, nós vos abençoamos” (Sl 118.26);
“E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!” (Lc 1.42).

Por ser sucessor do Pai como juiz.

“… e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos” (At 10.42).
Por ser o Rei e Senhor do Universo:
“Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai” (Lc 1.32);
“… a qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores” (1ªTm 6.15).
Por ser chamado o mais amado do Pai:
“E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).
“E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi” (Lc 9.35 – ARC).

Por ter sido exaltado por Deus:

“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.9).


A PORÇÃO DO PRIMOGÊNITO E A BÊNÇÃO DA PRIMOGENITURA

"Mas ao filho da desprezada reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver." (Dt.21:17).

O primogênito é o primeiro filho, e tem toda uma doutrina bíblica envolvendo este fato. Quando Deus matou todos os primogênitos do Egito, no Êxodo, dos homens e dos animais, os israelitas foram orientados a resgatar os seus primogênitos com um cordeiro ou cabrito, macho, sem mácula, de um ano de idade. O cordeiro ou cabrito foi morto em lugar de todo o primogênito de israel. A partir daí, Deus diz, referindo-se ao primogênito, “meu é” e “os macho serão do Senhor”.(Ex.13:2,12). Sabemos que todo o povo de israel era o povo do Senhor, sendo, portanto de Deus. Mas os primogênitos eram particularmente propriedade de Deus, e por isso, deveriam ser mortos, ou resgatados, morrendo outro em seu lugar. O menino israelita, macho, com oito dias de nascido era circuncidado, e recebia o nome, e o primogênito, com quarenta dias de nascido, era levado ao templo para ser consagrado ao Senhor. “E, cumprindo-se os dias da purificação d ela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); E para darem a oferta seguindo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.” (Lc.2:22-24). Jesus era o primogênito, e teve de se submeter a esse ritual.

Em Nm. 3 Deus toma a tribo de Levi, em lugar de todo o primogênito de israel. “E eu, eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo o primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão meus. Porque todo o primogênito é meu.” (Nm.3:12,13).




O primogênito é um tipo do crente do Novo Testamento, pois em Hb.12:23 está escrito que a carreira ou a corrida do crente –v.1 – vai culminar com a sua chegada “À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus.” O primogênito é um predestinado, eleito, e escolhido por Deus, pois só Ele pode determinar quem nasce primeiro, assim como o crente também é. (Ef.1:5,11). Mas ninguém deve se sentir excluído da salvação, pois, embora Jacó não tenha nascido primeiro, acabou ficando com a primogenitura, porque a valorizava. Se os que foram predestinados não valorizam a salvação, você, que acha que não foi escolhido, valorize, pois você não sabe o que Deus disse a seu respeito.(Mt.22:8).(Rm.9:12).

Que a primogenitura podia ser perdida, está ensinado em várias partes da Bíblia. Por exemplo, dos doze filhos de Jacó, o primogênito era Rúben, que a perdeu por ter se deitado com Bila, concubina de seu pai. Na seqüência estavam Simeão e Levi, que não a receberam porque, tomados de ira e furor, usaram de violência e mataram homens. Judá, que vem em seguida, casou com uma mulher cananéia, e acabou cometendo incesto com a nora, Tamar. O certo é que a primogenitura foi migrando, até chegar em José, que era filho da mulher amada. “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel, (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia da primogenitura, Porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o soberano; porém a primogenitura foi de José). Talvez tenha sido por isso que Deus proibiu beneficiar o filho da mulher amada, em detrimento da filho da não amada, na questão da primogenitura. ( Dt.21:15-17).(Falo do Antigo testamento, quando era permitido ter mais de uma mulher. Agora, na vigência do Novo testamento, só pode ter uma.)

Um dos privilégios do primogênito era ter direito a uma porção dobrada da herança. Como no caso da parábola do filho pródigo – Lc.15:11-32 – a herança era dividida pelo número de filhos, recebendo cada um deles uma porção, sendo que o primogênito recebia duas. Por isso está escrito “Depois disse Israel a José:...E eu tenho dado a ti um pedaço da terra a mais do que a teus irmãos, que tomei com a minha espada e com o meu arco, da mão dos amorreus.” É interessante observar que quando Eliseu, discípulo do profeta Elias, pediu a sua herança, ele disse “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” (II Rs. 2:9). Era a porção do primogênito. A herança, para Israel, era a terra de Canaã, e para igreja é o Espírito Santo. “para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido...Porque, se a herança provém de lei, já não decor re de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente e Abraão.” Será que a igreja vai ser arrebatada e Israel vai herdar o manto, a unçao em dobro?! É bom lembrar que existe apenas uma igreja, mas tem dois segmentos, o judaico e o gentílico. Os judeus messiânicos estão aí. Paulo era o apóstolo dos gentios, mas Pedro era o apóstolo dos judeus; um tinha o apostolado da incircuncisão, e o outro o da circuncisão. (Gl.2:7,8). Por isso, não creio que Paulo tenha escrito a Carta aos Hebreus, pois estaria entrando na seara de Pedro. E Pedro endereça a sua primeira Carta aos judeus da Diáspora, dispersos, fora da terra de Israel.

Em Is.61:7 está escrito “Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra.” É a porção dobrada do primogênito. E em I Tm.5:17 “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na Palavra e no Ensino.” Outra tradução reza “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários...” Honorários pode ser pagamento, salário, como em “honorários advogatícios”. A honra, ou os honorários, devem ser os do primogênito, em dobro.E aqui cabe uma conotação de prosperidade, e de restituição, pois em Jó 42:10 está escrito “e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.” E em Gn.27:28, 29 a bênção da primogenitura é pronunciada por Isaque, sobre Jacó: “Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.” A bênção da primogenitura é uma bênção de prosperidade, de liderança e de vitória sobre os inimigos. Se você é um crente em Jesus Cristo, essa bênção é sua. Tome posse dela.


OS PRIMOGÊNITOS DO EGITO




É normal que o homem comum e a ciência busquem explicações lógicas para todo fenômeno, tudo o que acontece de extraordinário, todos os milagres narrados na Palavra de Deus, ou os que acontecem todos os dias na vida de centenas de servos do Senhor. É normal também a descrença dos homens na Bíblia, em Deus, em Jesus, no Espírito Santo e tudo o que se relaciona à fé.


Desta forma a ciência buscou explicações lógicas, em acontecimentos naturais, para desqualificar a libertação dos hebreus do Egito pelas mãos do Deus Todo Poderoso. Há uma tentativa de “explicar” cada uma das dez pragas enviadas por Deus sobre o Egito, porém, de todas, a mais espetacular é a morte dos primogênitos.


A morte dos primogênitos foi a décima praga enviada por Deus contra o Egito e disse o Senhor a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo o primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve semelhante e nunca haverá.” (Êxodo 11:4-6).


Estava decretada a sorte de Faraó e todo o seu povo: todo primogênito morreria, assim de homens como de animais, ninguém escaparia da mão do Senhor.


Deus explicou direitinho a Moisés tudo o que aconteceria e mandou que ele ordenasse aos hebreus que pedisse a seus vizinhos joias de prata e de ouro e Ele inclinaria o coração dos egípcios para entregar suas joias aos filhos de Israel, porque logo depois da morte dos primogênitos, Faraó libertaria o povo de Deus.


Além disso, Deus avisou que a mortandade só recairia sobre os egípcios para houvesse diferença entre hebreus e egípcios, veja: “Mas entre todos os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.” (Êxodo 11:7).


Deus faz diferença entre Seus servos e os demais homens. Como assim? Deus não ama todos? Ama, sim, por isso mandou Seu Filho morrer por todos, mas nem todos reconhecem o sacrifício de Jesus e muitos rejeitam a Deus e é como se diz: “a ingratidão tira a afeição”. Quem não ama a Deus não pode esperar que Ele passe a eternidade chorando sobre o leite derramado, esta é a razão pela qual sempre haverá diferença entre o justo e o ímpio, entre quem ama a Deus e quem O rejeita.


Pois bem. Para aquela noite o Senhor fez uma recomendação especial ao seu povo e mandou que cada família judaica pegasse um cordeiro macho sem mácula, sem manchas e a tarde os animais deveriam ser sacrificados e seu sangue aspergido, respingado sobre as portas e vergas das portas das casas israelitas. O cordeiro deveria ser servido, na noite designada por Deus, assado, com pães ázimos e com ervas amargas e o que sobrasse deveria ser queimado pela manhã. Estava instituída a páscoa judaica.


O sangue do cordeiro nas portas das casas serviria de sinal para que nenhum dano houvesse entre os hebreus, quando o Senhor passasse pela terra do Egito ferindo os primogênitos. Assim foi feito.


O Anjo do Senhor passou à meia noite em toda a terra do Egito e todos os primogênitos morreram, desde o filho de Faraó até o filho da mais humilde serva e de todos os animais. Faraó e todo o Egito levantaram de noite e o horror estava estampado nos rostos de todos os egípcios, porque não havia casa em que não houvesse um morto.


Bom, a reação de Faraó foi um milagre de Deus: ele mandou chamar Moisés e Arão, ainda naquela noite, e libertou os hebreus, mais que isso, mandou que eles fossem embora de suas terras e levassem consigo todos os seus bens, todos os seus rebanhos, que fossem servir ao seu Deus e que abençoassem também a ele.


Ao invés de tentar se vingar pela morte de seu herdeiro, de seu filho mais velho, Faraó libertou o povo. O normal seria uma chacina, seria Faraó mandar matar todos os hebreus para se vingar da morte de seu primogênito, mas em sentido contrário, Faraó se decidiu pela libertação dos escravos hebreus.


Na verdade os hebreus não foram libertos do cativeiro do Egito, foram expulsos e o texto diz: “E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos.” (Êxodo 12:33). Os egípcios apressaram os hebreus para saírem de sua terra, porque temiam serem todos mortos.


O resto da história você conhece, o povo hebreu ainda assistiu muitos milagres em sua saída da terra do Egito, inclusive a passagem pelo Mar Vermelho e a morte de todo o exército de Faraó.


A explicação que a história universal dá para a morte dos primogênitos do Egito é fantástica e, segundo sua interpretação dos fatos, foi a escassez de alimentos que causou a morte dos primogênitos, isso porque com as nove pragas anteriores, os cereais acabaram ficando contaminados por fungos e como os primogênitos eram os primeiros a comer, foram os primeiros a morrer. Sensacional!


Só tem um probleminha com essa versão fantasiosa, os primogênitos estavam dormindo quando morreram, era meia noite e todos morreram ao mesmo tempo. Além disso, ninguém mais foi contaminado pelos supostos fungos, só os primogênitos. Nem Faraó e nem seus súditos tiveram um mal estar, uma febre, nem mesmo uma leve dor de barriga e todos comeram da mesma comida.


Não tem jeito, não tem explicação plausível, foi Deus quem determinou a morte dos primogênitos do Egito e visando a libertação do Seu povo. O Deus que fez diferença entre egípcios e hebreus é o mesmo que faz diferença entre os Seus servos e os que vivem por conta própria. O Deus que fez diferença na vida dos hebreus é o mesmo que faz diferença na sua vida.



O Egito, a morte dos primogênitos, o sangue do cordeiro respingado na madeira das portas, tudo isso é um tipo de Jesus, aponta para a vinda de um Libertador providenciado por Deus para resgatar do pecado e da morte eterna todos os que crerem em Seu Filho. Agora é crer e viver.


O RESGATE DOS PRIMOGÊNITOS



O Primogênito é o primeiro filho e o primeiro entre os irmãos. Jesus foi o primogênito de Maria (Mt. 1:24-25). Jesus teve quatro irmãos, fora as irmãs (Mt. 13:55-56). O primogênito do pai é o primeiro filho. Depois de nascido o primogênito do pai, cada mulher tinha o seu primogênito. Bat Seba teve quatro filhos para Davi. Siméia foi o primogênito, depois Sobate, Natã e Salomão, o caçula, mas o primogênito de Davi foi Amnon, filho de Ainoã (I Cr. 3:15). Se a esposa que gerou o primogênito, não gerasse mais filhos, esse filho seria unigênito, ainda que o pai tivesse muitas esposas com muitos filhos. Foi o caso de Abraão. Sara só teve um filho, que é chamado de unigênito, apesar de Abraão ter mais sete filhos de outras duas mulheres (Gn. 16:1-4; 25:1-2; Hb. 11:17).

A linhagem de um homem era contada pelo primogênito, por isso que a força de um homem estava no primogênito (Dt. 21:15-17). Se morria o primogênito, estava cortada a linhagem e a força do tal homem.

A última praga que Jeová descarregou sobre o Egito foi a morte de todos os primogênitos, tanto de homens como de animais: “E aconteceu, à meia noite, que Jeová feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais” (Ex. 12:29). Diz a Escritura que o pranto e o clamor do Egito foi mui grande (Ex. 12:30).

O valor dos primogênitos vinha de Jeová. O povo de Israel foi chamado por Jeová de filho primogênito (Ex. 4:22). Assim sendo, podemos entender que para salvar o seu primogênito, Jeová matou a todos os primogênitos do Egito.

Era tanto o valor dos primogênitos, que Jeová os tomou para si. “Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e animais; porque meu é” (Ex. 13:2). “Apartarás para Jeová tudo o que abrir a madre, de homens e de animais; os machos serão de Jeová. Porém tudo o que abrir a madre da jumenta, resgatarás com cordeiro, e se o não resgatares, cortar-lhes-ás a cabeça; mas todo o primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. Se acontecer no futuro, que teu filho pergunte, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: Jeová nos tirou com mão forte do Egito, da casa de servidão, porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, Jeová matou a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até o primogênito de Faraó; por isso eu sacrifico a Jeová os machos de tudo o que abre a madre; porém a todo primogênito de meus filhos eu resgato” (Ex. 13:12-15). O texto deixa claro que, não havendo o resgate, os primogênitos serão sacrificados a Jeová, pois pertencem a ele. Este caso assemelha-se ao da circuncisão. Todo macho era circuncidado por estatuto perpétuo. “O filho de oito dias, pois será circuncidado, todo o macho nas vossas gerações; o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. E estará o meu concerto na vossa carne por concerto eterno. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos, quebrou o meu concerto” (Gn. 17:12-14). No caso do resgate é igual. Se o pai não resgatar o filho, quebrou o concerto de Jeová. O primogênito será degolado diante de Jeová. ‘O Antigo Testamento Interpretado’ de R.N. Champlin, afirma que os primogênitos eram sacrificados a Jeová. Também, o ‘Vocábulo de Teologia Bíblica’ da Editora Vozes, comenta que, pelas escavações de Gezer e de Taannak, chegou-se a conclusão que o costume bárbaro de imolação de crianças existia também em Israel. Jeová não só aceitava sacrifícios humanos, como também os exigia, pois exigiu de Abraão o sacrifício de seu filho Isaque (Gn. 22). Aceitou o sacrifício da filha Jeftá (Jz. 11). Aceitou o sacrifício de sete filhos de Saul, para aplacar sua ira. Este caso é digno de nota. Saul havia morrido há mais de trinta anos, mas o ódio de Jeová e a sede de vingança aumentavam. Saul estava no inferno, nas mãos de Satanás, e seus filhos estavam nas mãos de Jeová, que mandou três anos de fome sobre Israel. Davi consultou a Jeová, e este lhe disse: É por causa de Saul, que mandou matar os gibeonitas. Davi consultou os gibeonitas, e estes lhe pediram sete filhos de Saul para sacrificarem a Jeová. Estes sete infelizes foram enforcados diante de Jeová (II Sm. 21:9). O texto termina dizendo que a ira e a sede de vingança passaram, e Jeová se acalmou, (II Sm. 21:14).

Voltando ao primogênitos, o preço pago para resgatá-los era de cinco ciclos de prata (Nm. 3:46-47). Havia o siclo de prata (Lv. 5:15; 27:3). Havia também o siclo de ouro (Gn. 24:22; Jz. 8:26). No capítulo sete do livro de Números, que trata das ofertas, há dezenas de citações sobre os siclos de prata e de ouro.

Pois bem, o apóstolo Pedro, falando do resgate das nossas almas, assim se exprime: “E, se invocais, por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação. Sabendo que não foi com coisas corruptíveis como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pd. 1:17-19).

O que nos assusta nesta declaração de Pedro é ele chamar de tradição vã, isto é, sem nenhum valor, aquilo que para Jeová era de valor tão alto que, desobedecido, era punido com a morte. O fato é que o ouro e a prata resgatavam a alma para Jeová, mas não resgatavam para o Pai. Só Cristo resgata com o seu sangue precioso; o resto é coisa vã, sem valor, ritual de tradição para enganar o povo crédulo.


O destruidor que matou os primogênitos era da parte Deus ou do inimigo. Eu entendo que é do inimigo, mas a maioria diz que não. Só existe um destruidor, satanás. E então?

A narração que conta o fato que você lembra se encontra no livo do Êxodo, nos capítulos 11 e 12, no contexto das “Pragas do Egito”. É a última praga, que definitivamente e temporaneamente convence o Faraó a deixar o povo de Israel começar a sua peregrinação pelo deserto até a Terra Prometida. No versículo 4 do capítulo 11 está escrito: Assim diz Iahweh: à meia noite passarei pelo meio do Egito. E todo o primogênito morrerá na terra do Egito, desde o primogênito do Faraó (...) até os primogênitos do gado.. De novo, em 12,12 está escrito: E naquela noite eu passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos (...). O sangue, porém, será para vós um sinal nas casas em que estiverdes: quando eu vir o sangue, passarei adiante e não haverá entre vós o flagelo destruidor.. Mais adiante (12,29), o texto bíblico diz: No meio da noite, Iahweh feriu todos os primogênitos na terra do Egito..

Desta análise do texto é claro que aquele que você chama de “destruidor”, na sua pergunta, é o próprio YaHWeH, Deus. Portanto é Deus que mata os primogênitos do Egito. É óbvio que essa narração bíblica nos deixa perplexos: como pode um Deus que é todo misericórdia, cheio de compaixão provocar toda essa violência?

O tema da violência na Bíblia, do Deus violento, produz muito debate. No seu último livro,Caim, o escritor português Saramago se mostra indignado com um Deus que “brinca” com a sua criatura, que pede ao pai para matar o próprio filho (Abraão e Isaac). É apenas uma demontração de quanto difícil seja entender a questão da violência divina contada no Antigo Testamento. A questão da violência no sagrado não é um argumento irreal. Pensemos às imagens da última guerra na terra da Bíblia, em Gaza: soldados de Israel quefaziam suas orações próximas aos tanques de guerra e palestinos de Gaza que invocavam “Allah u akbar” (Deus é grande), proclamando a guerra santa (jihad). As partes em guerra pareciam invocar a bênção de Deus para derrotar o inimigo, a mesma atitude presente em muitos personagens da história de Israel contada na Bíblia. De fato, na Bíblia, as guerras feitas pelos filhos de Israel são consideradas guerras justas e santas pois são ordenadas e comandadas por Deus, que mostra o seu rosto violento. Em Êxodo 15,3 o Senhor é chamado “homem de guerra” (‘ish milchamà).

É interessante sublinhar que a palavra hebraica que traduz ‘guerra’, milchamà, tem na sua raiz a palavra ‘pão’ (lacham). De fato a guerra é uma privação do pão, o elemento primário da subsistência, que cria uma iniqua destribuição dos bens. E quando falta a justiça aparece o rosto violento.

É muito difícil dar uma explicação dessa violência descrita no livro sagrado. A Bíblia é revelação, um processo de revelação. É palavra de Deus escrita por homens que viveram num contexto de uma determinada época. Inspirados, é verdade, mas influenciados pelo próprio mundo. A visão de Deus, dentro do próprio texto sagrado, vai sendo ‘depurada’ até chegar à revelação plena em Cristo, nos Evangelhos.

Em relação à violência, Jesus nasce num mundo bem real, onde a vilência é uma realidade enraizada e quotidiana e que acompanhará toda a sua existência. Ele não prega a violência e também não a pratica. São emblemáticos os ensinamentos de Jesus sobre a não violência: sealguém ti bate numa face, dá a outra; dos pacíficos é o Reino dos Céus. Apesar disso a questão da violência em Jesus não é assim tão simples. E deixo esses textos como conclusão e convite para ulteriores meditações:
A Lei e os Profetas até João! Daí em diante, é anunciada a Boa Nova do Reino de Deus, e todos se esforçam para entrar nele, com vilência (Lucas 16,16);
Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. (João 14,27).

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

AS PESSOAS E AS CONTENDAS

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A bíblia diz o que é a ira:

A ira é um movimento desordenado
da natureza pecaminosa do homem,
que o leva a rejeitar com violência tudo aquilo
que o desagrada, e a vingar as ofensas reais
ou imaginárias. É uma das muitas manifestações
do pecado. É o “estado da alma”.
Mateus 16:17





IRA E MAU GÊNIO:



Definições: Má índole ou disposição de caráter, irascibilidade. Forte sentimento de desagrado e geralmente oposição contra alguém ou algo, geralmente causado por injúria real ou imaginária; raiva; fúria; cólera. A ira é um termo amplo que se aplica a vários níveis de emoção que a pessoa pode ou não exteriorizar. Mau gênio aqui refere-se à “tendência de se zangar facilmente”.

 Controlando o seu gênio

Veja porque é importante manter o controle sobre as suas ações:


“Quem se zanga facilmente faz coisas tolas, mas o sábio permanece calmo.” Provérbios 14.17


“A pessoa de mau gênio sempre causa problemas, mas a que tem paciência traz a paz.” Provérbios 15.18


“Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras.”Provérbios 16.32


“A pessoa sensata controla o seu gênio, e a sua grandeza é perdoar quem a ofende.” Provérbios 19.11


“Deixe que a pessoa de mau gênio sofra as conseqüências disso, pois, se você a ajudar uma vez, terá de ajudar de novo.” Provérbios 19.19 – (NTLH)


“A pessoa de mau gênio sempre causa problemas e discórdias.” Provérbios 29.22


“Controle sempre o seu gênio; é tolice alimentar o ódio.”Eclesiastes 7.9


“Mas agora livrem-se de tudo isto: da raiva, da paixão e dos sentimentos de ódio. E que não saia da boca de vocês nenhum insulto e nenhuma conversa indecente.”Colossenses 3.8


“Porque a raiva humana não produz o que Deus aprova.”Tiago 1.20


“Não fique com raiva, não fique furioso. Não se aborreça, pois isso será pior para você.” Salmos 37.8 


Tratando a doença do mau humor e da raiva.



Efésios 4:26-27: 31-32 “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfemias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”

O que devemos fazer?

1 – Reconhecer o problema.


Efésios 4:31 “Toda amargura, ira, cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós.”


Colossenses 3:8 “Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes, da vossa boca.”

2- Observar do que você se alimenta.


Lucas 15: 27-30 “ E ele lhe disse: veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar, E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento; e nunca me dete um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lheo bezerro cevado”.

Jesus conta acima a parábola do filho pródigo, da alegria do pai ao receber de volta o filho perdido. Interessante notar a irritação do irmão pelo carinho que o pai demonstra com o filho que estava perdido e foi achado. Como olhamos as coisas é muito importante.


Provérbios 4:23 “ Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.”
Causas da Raiva, Ira:

- Influências – Dor - Injustiças - Expectativas – Frustrações

3 – Ter rápida atitude ou ação ao primeiro sinal de infecção.


Efésios 4:26-27 “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo.


Provérbios 14:29 “ O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura.”


Provérbios 22:24-25 “Não acompanhes o iracundo; nem andes com o homem colérico para que não aprendas as suas veredas e tomes um laço para a tua alma”.


Provérbios 29:11 “Um tolo expande toda a sua ira, mas o sábio a encobre e reprime.”
O que devemos fazer quando a raiva se manifesta:

- Respire fundo, oriente sua mente.

- Use de Sabedoria

- Amadureça
Pessoas maduras :


-Respondem gentilmente


Provérbios 15:1 “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”

- Se relaciona de forma positiva e produtiva


Tiago 1:19 “ sabeis isto, meus amados irmãos: mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.”

-Perdoa generosamente.



Efésios 4: 31-32 “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfemias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”

-Ama sem esperar retorno


I Coríntios 13:4-5 “ O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita,não suspeita mal.”

- Responde ao insulto com gentileza.


I Pedro 3:8-9 “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário; bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a benção.”

- Busca a paz de todas as formas


Romanos 14:19 “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo.”

-Não se ofende


Salmos 119:165 “Muita paz tem os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço.”



A ira, muitas vezes, nos sobrevem mesmo sem a nossa vontade. São situações que acontecem, em que somos pegos de surpresa por uma atitude de alguém, e que nos leva à ira. Porém, pelo que diz a palavra, o que não podemos fazer, é deixar que a ira tome conta de nós, que demos vazão, com gestos, palavras ou atos a um sentimento de raiva.

Jamais devemos, por exemplo, agredir, verbal ou fisicamente uma pessoa, por algo que nos irou. Da mesma forma, não devemos deixar que o sol se ponha sobre nossa ira. Ou seja, não devemos alimentar este sentimento indefinidamente, a ponto de levar ao rancor e ao ódio, que são sentimentos contrários ao que Jesus nos ensinou.

A “Nova Tradução na Linguagem de Hoje” traduz este verso de uma maneira interessante. Confira:

“Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro com raiva.” (Efésios 4:26 NTLH)

Outra porção do Novo Testamento nos ajuda a compreender o que Deus espera de nós quando os outros nos deixam com raiva é a seguinte:

“Vocês são o povo de Deus. Ele os amou e os escolheu para serem dele. Portanto, vistam-se de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência. Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros. E, acima de tudo, tenham amor, pois o amor une perfeitamente todas as coisas.” (Colossenses 3:12-14 NTLH)

Existe um dito popular, que diz que não podemos impedir que as aves voem sobre nossa cabeça, mas podemos impedi-las de fazer ninho sobre a mesma. Da mesma forma, muitas vezes não conseguimos impedir um acesso de ira, mas podemos impedir que tal sentimento se transforme em algo pior.


“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo”. Efésios 4:26-27

 Quem nunca se irritou alguma vez com alguma pessoa ou com alguma coisa? Se você nunca se irritou com nada e com ninguém, então seu problema é maior ainda, pois se não peca ao irar-se, peca por não irar-se, se tornou indiferente. Mas será que a ira é uma virtude a ser cultivada ou um pecado a ser evitado? A resposta a essa pergunta depende da resposta que damos a outra pergunta – “o que nos deixa irritados?”. Se o que nos deixa irritados é o menino atrapalhando o trânsito e pedindo uma moeda e não o sistema corrupto que permite que crianças sejam colocadas nessa situação, nossa ira é um pecado e não uma virtude. Mas, mesmo uma ira santa em sua motivação pode se tornar uma ira pecaminosa em sua expressão, o que exige que o assunto seja tratado com temor e tremor. Não se trata de um assunto complicado, apenas complexo, ou seja, mais do que conhecimento sobre o assunto (explicação), precisamos de entendimento do assunto (revelação). Nesse estudo trataremos de duas questões, a primeira é a diferença entre ira e raiva e a segunda tratará de como se irar sem ficar com raiva.

I. Como discernir entre a ira e a raiva – quando a ira é uma virtude e quando a ira se torna um pecado

“O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo”. Provérbios 19:19

1. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando sua motivação é errada – a ira é tanto um efeito quanto uma causa de outro pecado. Ela pode ser originada do orgulho ou da inveja e originar o ódio, a murmuração e o ressentimento. Não há como haver um fruto bom de uma raiz ruim. Lembre-se que Deus nos julgará pelos nossos anseios e não simplesmente pelos nossos feitos. Tudo o que não nasce do amor é pecado: a ira se torna cólera, a coragem em atrevimento etc.

2. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando sua expressão é errada – como já foi dito na introdução, mesmo uma ira santa em sua motivação pode se tornar uma ira pecaminosa em sua expressão. O modo como expressamos a ira é tão importante quanto aquilo que a motivou. Se a expressamos com xingamentos, murmurações e agressões, ela é pecado!

3. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando seu alvo é errado – Jesus disse que qualquer que se irar contra seu irmão comete pecado, isto é, o que é relevante perante Deus não é tanto o porquê nos iramos, mas contra quem nos iramos. Precisamos atacar o mal e não o malvado. Precisamos odiar o pecado, mas continuar amando o pecador. É necessário desassociar o pecado do pecador.

4. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando sua finalidade é errada – desejamos suprimir um mal para que um bem seja preservado? Nosso objetivo é defender a glória de Deus ou nossa reputação? Os fins revelam os meios e os princípios!

5. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando sua medida é errada – muitas vezes nossa ira é desproporcional ao que a provocou. Às vezes demonstramos uma grande ira por um problema pequeno. O colérico leva tudo a sério, tanto as coisas relevantes como as insignificantes, e por isso perde de vista aquilo que é realmente importante!

6. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando seu momento é errado – a hora certa para se confrontar alguém é fundamental. Discutir com quem está irado é a mesma coisa de tentar apagar um incêndio com gasolina!

7. A ira deixa de ser uma virtude para se tornar um pecado quando sua duração é errada – breve é o único tempo admitido para a ira. Lembro-me da história de dois irmãozinhos que haviam brigado e sua mãe disse a eles que não poderiam deixar que o sol se pusesse sobre a ira deles. Mais tarde, ao passar pelo quarto de um deles, ouviu uma oração que dizia o seguinte – “Deus, assim como fizeste para seu servo Josué, impeça o sol de se pôr hoje, porque estou com muita raiva de meu irmão e não quero perdoá-lo!” – nós podemos não orar dessa maneira, mas nossas atitudes revelam o mesmo desejo daquela criança!

Reflexão: “Existem aqueles que facilmente se iram e dificilmente se deixam apaziguar, outros que facilmente se iram e facilmente se deixam apaziguar, aqueles que dificilmente se iram, mas dificilmente se deixam apaziguar e também outros que dificilmente se iram, mas que facilmente se deixam apaziguar. Este último grupo é o daqueles que precisamos imitar!”

II. Como se irar sem ficar com raiva – como lidar com a ira e os irascíveis

“Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”.
Tiago 1:19

1. Para que a ira esteja sob controle é preciso não confundir traço de personalidade com perversão de caráter – a ira precisa ser uma reação e não uma norma de vida! Precisamos parar de arranjar desculpas para nosso comportamento e procurar perdão para nossas atitudes! A ira é mais do que um simples sentimento, pois tem um elemento chamado vontade anexado a ela. Você já percebeu que nos iramos com nossos familiares, mas não com nosso patrão! Ofendemos os mais frágeis que nós, mas nos resignamos frente aqueles que têm mais autoridade que nós! Isso prova que a ira não é uma reação involuntária de nosso temperamento, mas algo produzido por um caráter afetado pelo pecado! Nosso temperamento influencia nosso comportamento, mas não o determina! Precisamos parar de confundir o normal com o comum! Não é porque todo mundo se comporta de uma maneira ou porque sempre temos agido e reagido de um modo que isso se torna normal. O fato de todo mundo começar a andar plantando bananeira tornaria isso normal?

2. Para que a ira esteja sob controle é preciso não confundir paciência com passividade – mansidão não significa ser frouxo. Paciência não é sinônimo de passividade. Precisamos que nossa capacidade de suportar o mal dos outros seja maior que a capacidade dos outros em infringir-nos o mal! Temos que andar a segunda milha, para que os que nos fazem sofrer se cansem! Muitas vezes a falta de ira em nós é sinal de indiferença e não sinal de um espírito tranquilo! Não somos resultado daquilo que fazem conosco, mas do que fazemos com aquilo que fizeram conosco! A paciência é dinâmica e não passiva, pois implica na sabedoria de saber quando e como agir! Mansidão não é fraqueza, é simplesmente o poder de não se usar o poder!

3. Para que a ira esteja sob controle é preciso entender que o autocontrole só é possível sob o controle do Alto – não basta ter o Espírito residindo em nós, é preciso ter o Espírito presidindo em nós, ou seja, não basta possuir o Espírito é necessário ser possuído pelo Espírito! Lembre-se que o filho do trovão foi capaz de se tornar o apóstolo do amor! Numa vida controlada pelo Espírito as situações que nos provocam a ira se transformam em ocasiões de confiarmos em Deus e em sua justiça!

4. Para que a ira esteja sob controle é preciso entender que a ira não pode ser eliminada, mas deve ser controlada – Moisés, um assassino se tornou o homem mais manso da terra, contudo no final de sua vida, o pecado que ele acreditava ter eliminado, ressurgiu com tamanha força que o privou de ter acesso à terra prometida! Enquanto estivermos nesse mundo, precisamos nos lembrar de que ele é campo de batalha e não lugar de lazer! No que se refere ao pecado gozamos de períodos de trégua, mas nunca de solução definitiva! Um pecado adormecido não é o mesmo que um pecado extinto! O pecado pode estar oculto, mas nunca ausente!

5. Para que a ira esteja sob controle é preciso saber que ganhar uma discussão pode significar a perda da comunhão – queremos ganhar uma discussão ou ganhar um irmão? Queremos estar certos ou ser abençoados? Lembre-se que uma palavra branda desvia o furor, mas uma palavra áspera aumenta o furor.

6. Para que a ira esteja sob controle é preciso entender que um problema meio resolvido é um problema mal resolvido – não basta evitar a manifestação da ira, temos que lidar com sua fonte! Mudar o comportamento sem mudar o coração só piora o problema, porque eliminamos o sintoma, mas continuamos com a doença! Davi derrubou o gigante com a pedra, mas cortou a cabeça dele com a espada. Não deixou o serviço pela metade. Derrubar o gigante sem cortar sua cabeça é dar a ele a chance de se levantar e nos destruir!

7. Para que a ira esteja sob controle é preciso saber que o perdão pode custar muito, mas a falta de perdão custará muito mais – a melhor maneira de nos livrar de um inimigo é fazê-lo nosso amigo e isso só o amor cristão é capaz de fazer! O amor cristão não ama o outro por que ele é amável, mas para torna-lo amável! Perdoar pode ser difícil, mas não é impossível! Qualquer um é capaz de se irar, mas capaz do perdão só aquele que é nascido do Espírito!

 “Pagar o bem com o mal nos faz parecidos com o Diabo. Pagar o mal com o mal nos faz parecidos com nossos inimigos. Pagar o bem com o bem nos faz parecidos com qualquer um. Mas, pagar o mal com o bem é a única prova de que somos parecidos com Deus!”


David Kornfield diz que a ira é o desejo ardente de atacar, corrigir ou destruir algo ou alguém que nos incomoda ou nos ameaça. Como cristãos, precisamos conhecer bem mais esse gigante da alma.


A verdade sobre a ira

A ira é claramente um atributo de Deus e uma experiência comum aos seres humanos, provavelmente de modo universal. Esta ira divina é vigorosa, intensa, consistente, controlada e, invariavelmente, uma expressão de indignação perante a injustiça. É necessário compreender a ira divina, caso desejemos entender a ira humana.

A Bíblia jamais crítica a ira de Deus, mas faz repetidas advertências contra a ira humana. Isto não é evidência de um duplo padrão. A ira contra a injustiça é reta e boa, tanto em Deus como nos seres humanos. Pelo fato de Deus ser sábio, soberano, poderoso, perfeito e onisciente, Ele jamais interpreta mal uma situação, jamais se sente ameaçado, não perde nunca o controle e fica sempre irado com o pecado e a injustiça.

Em contraste, nós humanos interpretamos mal as circunstâncias, cometemos erros de julgamento, reagimos na hora, quando nos sentimos ameaçados ou feridos e, às vezes, respondemos com atos de vingança e represália. Como resultado, a ira humana pode ser prejudicial e perigosa. Ela fornece uma brecha para Satanás, e somos advertidos a esse respeito:“Irai-vos, e não pequeis; não ponha o sol sobre a vossa ira”, Ef 4: 26. Com base nessa e noutras passagens bíblicas semelhantes, temos possibilidades de chegar a várias conclusões sobre a ira humana.

A ira humana é normal. Os seres humanos, criados à imagem de Deus, possuem emoções, inclusive a ira. Essa ira é uma reação necessária e útil, como aconteceu com Jesus, não sendo pecaminosa em si mesma. Paulo endossa essa posição: “Irai-vos e não pequeis...”, Ef 4: 26.

É lícito irar-se. Não devemos, no entanto, confundir a raiva, como outras disposições do coração, como o ressentimento, o ódio, a amargura, o senso de vingança. “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” são as palavras com as quais o apóstolo completa o seu conselho, e não podemos esquecê-las.

Um alimento pode ser muito saboroso, mas se o deixarmos fora da geladeira por muito tempo, ele se estragará e envenenará quem o comer. Da mesma maneira, a raiva estagnada, a mágoa rancorosa, a ira sobre a qual o sol se põe nos envenenam. Precisamos encarar nossa ira e resolvê-la, antes que, abafada pela censura ou insuflada pelo orgulho, se transforme em rancor.

David Seamands diz que a raiva é uma emoção colocada por Deus no coração humano, e é parte da imagem de Deus no homem, para ser utilizada com fins construtivos.

A ira humana pode ser prejudicial. Da mesma forma que outras emoções, a ira pode ser destrutiva caso não seja manifestada de acordo com as diretrizes bíblicas, Ef 4: 26-29. Este texto torna muito claro que entristecemos o Espírito Santo através do amargor, indignação, cólera, gritos, injúrias e malícias, que são a hostilidade da alma.

Paulo, aos Gálatas 5: 20, coloca a ira, a dissensão e a indignação na mesma categoria dos crimes da embriaguês e das orgias dizendo: “eu vos previno, como já fiz, aqueles que praticam isso não herdarão o reino de Deus”.

A ira humana facilmente se torna pecaminosa. Quando começamos a defender nosso Ego, quando atacamos alguém ao invés de atacar o erro dele, quando a chama da ira é alimentada, ela se torna um fogo que destrói. Como dizem por aí: “Depois que o sangue sobe para a cabeça...”.


O alto preço da ira

O Salmo 37:8 diz: “deixa a ira e abandona o furor; não te impacientes; certamente isto acabará mal”. Três coisas acontecem durante um ataque de ira:

a. Alguns órgãos do corpo recebem mais sangue do que o necessário, enquanto outras partes sofrem deficiência do sangue. O cérebro, por exemplo: recebe grande quantidade de sangue, muito além do que necessita. Então fica comprimido, apertado dentro do crânio, provocando grande dor de cabeça. Outros órgãos recebem pouco sangue, causando grandes desarranjos. O estômago, por exemplo, fica com pouco sangue, seus músculos ficam tensos, provocando congestões, úlceras e outros males.

b. Algumas glândulas, durante um ataque de ira, produzem mais substâncias do que o necessário, lançando-as no organismo, especialmente no sangue, provocando manchas vermelhas no corpo.

c. A tensão muscular fica alterada, isto é, fica esticada como corda de violão. A ira pode levar a pessoa a um estado crônico de nervosismo e até a loucura.

Após um ataque de ira é comum a tristeza e a depressão. Grandes somas de dinheiro têm sido gastas com estes desajustes emocionais. Milhares de lares são desfeitos, muitas inimizades, brigas, crimes, prisões têm como motivo a ira. A raiva e o sentimento de amargura causam elevada tensão, a qual, por sua vez, produz o desequilíbrio físico.

O Dr. Martin Podovani (“Curando as Emoções Feridas”) afirma que, se a raiva oculta não for trazida à superfície e analisada, ressurgirá de alguma outra maneira. Aparece frequentemente sob a forma de um problema psicológico, físico ou psicossomático.

Muitas pessoas falam com frequência sobre seus males físicos como colite, dor no peito, perda de cabelo, dor de cabeça, úlcera. Mas o verdadeiro problema dessas pessoas pode ser a raiva com que deixaram de lidar, a raiva que foi sufocada, reprimida, evitada. Uma das principais causas associadas a alguns distúrbios mentais que envolvem rompimento com a vida e a realidade é a raiva não admitida ou examinada.

Considerações finais

Se, de alguma forma, estes problemas lhe afetam, lembre-se de que Deus poderá ajudá-lo a se libertar deste sentimento que lhe está afligindo e destruindo você aos poucos. Jesus quer morar em seu coração. Entregue sua vida a Cristo. Ele vai ajudá-lo a produzir os frutos do Espírito Santo. Comece uma vida de louvor a Deus, só assim será vitorioso. 


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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A CORRUPÇÃO

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................................................................................................................ Corrupção, suborno Definição: Algo como dinheiro ou um favor, oferecido ou dado a uma pessoa em uma posição de destaque, para influenciar de forma desonesta o seu ponto de vista ou a sua conduta. Na Bíblia o Senhor despreza a corrupção de líderes religiosos e políticos, que usem de maneiras desonestas, para ganho monetário ou político.

A corrupção é combatida com a espada do espírito

“Vos deveis revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade.” — Efésios 4:24.

QUANDO o Império Romano estava no seu apogeu, era a maior administração humana que o mundo havia visto. A legislação romana era tão eficaz, que ainda é a base do código jurídico de muitos países. Apesar das consecuções de Roma, porém, suas legiões não foram capazes de vencer um inimigo traiçoeiro: a corrupção. Por fim, a corrupção acelerou a queda de Roma.

O apóstolo Paulo foi um dos que sofreram sob autoridades romanas corruptas. Félix, o governante romano que o interrogava, pelo visto reconhecia que Paulo era inocente. Mas Félix, um dos mais corruptos governadores do seu tempo, adiou o julgamento de Paulo, esperando que esse lhe desse dinheiro para ser solto. — Atos 24:22-26.

Paulo, em vez de subornar Félix, falou-lhe francamente sobre “a justiça e o autodomínio”. Félix não mudou de proceder, e Paulo continuou na prisão em vez de tentar evitar o processo jurídico por meio dum suborno. Pregava uma mensagem de verdade e de honestidade, e vivia em harmonia com isso. “Confiamos em ter uma consciência honesta”, escreveu aos cristãos judeus, “visto que queremos comportar-nos honestamente em todas as coisas”. — Hebreus 13:18.

Esta atitude estava em nítido contraste com a moral vigente naquela época. Palas, irmão de Félix, era um dos homens mais ricos do mundo antigo, e sua riqueza — calculada em US$45 milhões — fora acumulada quase que totalmente por subornos e extorsões. A fortuna dele, porém, não é nada em comparação com os bilhões de dólares que alguns corruptos governantes do século 20 ocultaram em contas bancárias secretas. É evidente que apenas os mais ingênuos acreditariam que os governos atuais ganharam a guerra contra a corrupção.

Visto que a corrupção já ficou entrincheirada por tanto tempo, será que temos de presumir que ela simplesmente faz parte da natureza humana? Ou pode-se fazer algo para coibir a corrupção?

Como se pode coibir a corrupção?

É óbvio que o primeiro passo para se coibir a corrupção é reconhecer que ela é destrutiva e errada, visto que beneficia os inescrupulosos em prejuízo de outros. Sem dúvida, já se fez algum progresso neste sentido. James Foley, secretário de estado interino nos Estados Unidos, disse: “Todos nós reconhecemos que o custo do suborno é elevado. Os subornos minam a boa governança, prejudicam a eficácia econômica e o desenvolvimento, deturpam o comércio e penalizam os cidadãos em todo o mundo.” Muitos concordariam com ele. Em 17 de dezembro de 1997, 34 dos principais países assinaram um “acordo no tocante aos subornos”, destinado a “ter um grande impacto na luta global contra a corrupção”. O acordo “torna crime oferecer, prometer ou dar suborno a um funcionário público estrangeiro para conseguir ou manter negócios internacionais”.

Os subornos para se conseguir contratos comerciais em outros países, porém, são apenas a ponta do iceberg da corrupção. A eliminação da corrupção abrangente exige um segundo passo, muito mais difícil: a mudança de coração ou, antes, a mudança de muitos corações. Pessoas em toda a parte precisam aprender a odiar o suborno e a corrupção. Só assim o suborno deixará de existir. Para conseguir isso, a revista Newsweek disse que alguns acham que os governos deveriam “incentivar o senso geral de virtude cívica”. Transparência Internacional, um grupo de movimento anticorrupção, também recomenda que seus apoiadores “injetem uma ‘semente de integridade’” no local de trabalho.

A luta contra a corrupção é moral, e não pode ser vencida apenas por meio de legislação ou pela “espada” de penalidades jurídicas. (Romanos 13:4, 5) É preciso semear no coração das pessoas sementes de virtude e de integridade. Consegue-se isso melhor pelo uso do que o apóstolo Paulo descreveu como “a espada do espírito”, a Palavra de Deus, a Bíblia. — Efésios 6:17.

A Bíblia condena a corrupção

Por que se negou Paulo a tolerar a corrupção? Porque queria fazer a vontade de Deus, “que não trata a ninguém com parcialidade, nem aceita suborno”. (Deuteronômio 10:17) Além disso, Paulo, sem dúvida, se lembrava das instruções específicas encontradas na Lei de Moisés: “Não deves ser parcial nem aceitar suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e deturpa as palavras dos justos.” (Deuteronômio 16:19) O Rei Davi também entendeu que Jeová odeia a corrupção, e pediu que Deus não o considerasse como um dos pecadores, “cuja direita está cheia de suborno”. — Salmo 26:10.

Aqueles que sinceramente adoram a Deus têm motivos adicionais para rejeitar a corrupção. “Pela justiça o rei estabelece a terra”, escreveu Salomão, “mas o amigo de subornos a transtorna”. (Provérbios 29:4, Almeida, Edição Contemporânea) A justiça — especialmente quando praticada desde as autoridades de alto escalão para baixo — produz estabilidade, ao passo que a corrupção empobrece o país. É interessante que Newsweek salienta: “Num sistema em que todos querem sua parcela da corrupção e sabem como consegui-la, a economia pode simplesmente implodir.”

Mesmo que a economia não entre em colapso total, os que amam a justiça sentem-se frustrados quando a corrupção floresce sem controle. (Salmo 73:3, 13) Nosso Criador, aquele que nos deu o inerente desejo de justiça, também é ofendido. No passado, Jeová interveio para eliminar completamente a corrupção flagrante. Por exemplo, ele disse claramente aos habitantes de Jerusalém por que os abandonaria aos inimigos deles.

Deus disse por meio do seu profeta Miquéias: “Por favor, ouvi isto, vós cabeças da casa de Jacó e vós comandantes da casa de Israel, os que detestais a justiça e que perverteis mesmo tudo o que é direito. Seus próprios cabeças julgam apenas por suborno e seus próprios sacerdotes instruem somente por um preço, e seus próprios profetas praticam a adivinhação meramente por dinheiro. . . . Portanto, por vossa causa Sião será arada como mero campo e a própria Jerusalém se tornará meros montões de ruínas.” A corrupção havia devastado a sociedade em Israel, assim como corroeu Roma, séculos depois. Fiel ao aviso de Deus, cerca de um século depois de Miquéias ter escrito essas palavras, Jerusalém foi destruída e abandonada. — Miquéias 3:9, 11, 12.

Nenhum homem ou nenhuma nação, porém, precisa ser corrupto. Deus exorta os iníquos a abandonarem seu modo de vida e mudarem seu modo de pensar. (Isaías 55:7) Ele quer que cada um de nós substitua a ganância pelo altruísmo e a corrupção pela justiça. “Quem defrauda o de condição humilde tem vituperado Aquele que o fez, mas aquele que mostra favor ao pobre O está glorificando”, Jeová nos lembra. — Provérbios 14:31.

A corrupção é combatida com êxito com a verdade bíblica

O que pode induzir alguém a fazer tal mudança? A mesma força que induziu Paulo a renunciar a uma vida como fariseu para se tornar firme seguidor de Jesus Cristo. “A palavra de Deus é viva e exerce poder”, escreveu ele. (Hebreus 4:12) Hoje em dia, a verdade bíblica ainda promove a honestidade, mesmo entre aqueles que ficaram muito envolvidos na corrupção. Veja um exemplo.

Pouco tempo depois de terminar o serviço militar, Alexander, que é da Europa Oriental, juntou-se a uma gangue que praticava chantagem, extorsão e suborno.* “Minha tarefa era extorquir de comerciantes ricos dinheiro de proteção”, explica ele. “Depois de eu granjear a confiança do comerciante, outros membros da nossa turma o ameaçavam com violência. Eu me oferecia então para cuidar do assunto — por um preço elevado. Meus ‘clientes’ me agradeciam por ajudá-los a cuidar dos seus problemas, quando na realidade eu era a causa deles. Estranho como possa parecer, este era um aspecto do trabalho de que eu gostava.

“Eu gostava também do dinheiro e da emoção que este estilo de vida me dava. Eu tinha um carro caro, morava num belo apartamento e tinha dinheiro para comprar o que quisesse. As pessoas me temiam, o que me dava um senso de poder. De alguma forma achava que ninguém me podia tocar e que eu estava acima da lei. Quaisquer problemas com a polícia podiam ser resolvidos quer por um advogado perito, que tinha um jeito de contornar o sistema judiciário, quer por um suborno dado à pessoa certa.

“Todavia, raras vezes há lealdade entre os que vivem dependentes da corrupção. Um da nossa gangue passou a não gostar de mim e eu perdi o favor do grupo. De repente, perdi meu carro ostentoso, meu dinheiro, minha namorada dispendiosa. Fui até mesmo brutalmente espancado. Este revés me fez pensar seriamente no objetivo da vida.

“Poucos meses antes, minha mãe se tornara Testemunha de Jeová, e eu comecei a ler as publicações delaou minha mãe se tornara uma das Testemunhas de Jeová. O texto em Provérbios 4:14, 15, me fez pensar seriamente: ‘Não entres na vereda dos iníquos e não te encaminhes diretamente para o caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele; aparta-te dele e passa adiante.’ Textos assim me convenceram de que os que querem levar uma vida de crime não têm mesmo futuro. Comecei a orar a Jeová e a pedir-lhe que me guiasse no caminho certo. Estudei a Bíblia com as Testemunhas de Jeová e por fim dediquei minha vida a Deus. Desde então levo uma vida honesta.

“Naturalmente, levar uma vida honesta tem significado ganhar muito menos dinheiro. Mas agora acho que tenho um futuro, que minha vida tem verdadeiro sentido. Reconheço que meu anterior estilo de vida, com todos os seus apetrechos caros, era como um castelo de cartas, pronto para cair a qualquer momento. Antes, minha consciência era insensível. Agora, graças ao meu estudo da Bíblia, ela me cutuca sempre que fico tentado a ser desonesto — mesmo em assuntos pequenos. Procuro viver em harmonia com o Salmo 37:3, que diz: ‘Confia em Jeová e faze o bem; reside na terra e age com fidelidade.’”

“O que odeia o suborno viverá”

Conforme Alexander descobriu, a verdade bíblica pode levar a pessoa a vencer a corrupção. Ele fez mudanças em harmonia com o que o apóstolo Paulo diz na sua carta aos Efésios: “Deveis pôr de lado a velha personalidade que se conforma ao vosso procedimento anterior e que está sendo corrompida segundo os seus desejos enganosos; . . . deveis ser feitos novos na força que ativa a vossa mente, e que vos deveis revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade. Sendo que agora pusestes de lado a falsidade, falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo, porque somos membros que se pertencem uns aos outros. O gatuno não furte mais, antes, porém, trabalhe arduamente, fazendo com as mãos bom trabalho, a fim de que tenha algo para distribuir a alguém em necessidade.” (Efésios 4:22-25, 28) O próprio futuro da humanidade depende de tais transformações.

A ganância e a corrupção sem controle podem arruinar a Terra, assim como contribuíram para a ruína do Império Romano. Felizmente, porém, o Criador da humanidade não planeja deixar tais assuntos entregues ao acaso. Ele determinou “arruinar os que arruínam a terra”. (Revelação [Apocalipse] 11:18) E Jeová promete aos que anseiam um mundo sem corrupção que em breve haverá “novos céus e uma nova terra . . . e nestes há de morar a justiça”. — 2 Pedro 3:13.

É verdade que talvez não seja fácil viver hoje segundo normas honestas. No entanto, Jeová nos assegura que, afinal de contas, “o que se dá à cobiça perturba a sua própria casa, mas o que odeia o suborno viverá”.* (Provérbios 15:27, Al) Por repudiarmos agora a corrupção, mostramos nossa sinceridade ao orar a Deus: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” — Mateus 6:10.

Enquanto esperamos que o Reino aja, cada um de nós pode ‘semear em justiça’ por se negar a tolerar ou a praticar a corrupção. (Oséias 10:12) Se fizermos isso, nossa vida atestará o poder da Palavra inspirada de Deus. A espada do espírito pode vencer a corrupção.


No Brasil, até um tempo atrás, corrupção era vista como coisa normal; não havia tanta tensão sobre o assunto. Alguns aceitavam de forma pragmática; o suborno sendo visto como um pouco mais do que 'um jeito diferente de fazer negócios'. Outros apenas faziam 'vista grossa'.

Existe, é verdade, essa cultura do 'jeitinho', da 'malandragem' como parte da maneira de ser do brasileiro, quase que uma 'exaltação' dessa habilidade da nossa gente de encontrar formas 'criativas' para resolver problemas. A corrupção, como ela se manifesta em nosso país, entra também por meio dessa 'validação cultural' e quase que 'institucionaliza' a sua prática.

Com o desenvolvimento econômico do país, a indignação contra a corrupção, de alguma forma, se dilui.




Alexandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional diz o seguinte:

"Quando um país começa a ter uma economia mais sólida, é mais fácil ver um cidadão comum perdoando atos corruptos, porque ele não faz um vínculo direto de como a corrupção o afeta. Se agora ele tem um bom trabalho, um carro e se o ministro rouba, ele fica irritado, claro, mas acha que isso não o atinge diretamente."

No ranking de Percepção da Corrupção da ONG em 2011, o Brasil ocupou a 73ª posição, entre 183 países. Já no que lista o grau de proprinas pagas, o país ficou no 14º lugar - foram 28 países analisados.

O Promotor de Justiça Jairo da Cruz Moreira aponta os dez atos de corrupção mais presents no dia a dia do cidadão comum:
- Não dar nota fiscal
- Não declarar Imposto de Renda
- Tentar subornar o guarda para evitar multas
- Falsificar carteirinha de estudante
- Dar/aceitar troco errado
- Roubar TV a cabo
- Furar fila
- Comprar produtos falsificados
- No trabalho, bater ponto pelo colega
- Falsificar assinaturas


"Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções", afirma o promotor. "Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção."

O antropólogo Roberto DaMatta defende que essa prática sistêmica é uma forte razão pela qual o brasileiro é complacente com a corrupção na política, por exemplo. Nas palavras dele, 'uma sociedade de rabo preso não pode ser uma sociedade de protesto'.

O ex-secretário geral da Nações Unidas, Kofi Annan, certa vez disse:

"A corrupção é uma praga insidiosa que tem um largo espectro de efeitos corrosivos nas sociedades. Ela sabota a democracia e o texto da lei, leva a violações dos direitos humanos, distorce os mercados, corrói a qualidade de vida e facilita o crime organizado, terrorismo e outras ameaças ao florescimento da segurança da humanidade. A corrupção fere o pobre desproporcionalmente através dos desvios de fundos que deveriam ir para o desenvolvimento, compromete a habilidade do governo em prover serviços básicos, alimenta a desigualdade e a injustiça, além de desencorajar a ajuda e o investimento externo. Corrupção é o elemento chave no mau desempenhos das economias e o principal obstáculo ao desenvolvimento e ao combate à pobreza". (Kofi Anan)

Chico Buarque escreveu uma 'letra' em que homenageia o malandro às avessas; aquele que tem família, trabalha, que deixou a criminalidade. Penso que ela retrata bem essa mudança na maneira de enxergar o questão da corrupção no contexto brasileiro, apontando que há algo problemático com essa 'ética do jeitinho'.

Homenagem ao Malandro (Chico Buarque)

Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central


De que corrupção nós estamos falando?

A Bíblia trata do tema da corrupção da raça humana e do plano redentor de Deus, do Gênesis ao Apocalipse; a corrupção lato sensu (o pecado, de uma forma geral), que se desdobra em corrupções strito sensu (manifestações específicas da rebelião humana).

Nosso foco é na corrupção como ferramenta de opressão econômica, afronta ao pobre; a negação do acesso do outro aos direitos básicos pela malversação de dinheiro público, pagamentos de propinas, superfaturamentos, etc...

Bryan R. Evans, da Tearfund, em sua livro 'O custo da corrupção', circunscreve o entendimento de corrupção à fraude, apropriação indébita e suborno que podem ocorrer através do abuso de poder, formação de cartel ou negócios escusos/nebulosos; além disso ele categoriza a corrupção em três tipos: a incidental, a sistemática e a sistêmica.

O fato é que 'corrupção' andará sempre de mãos dadas com a pobreza e, por esse motivo, ela é uma questão de ordem moral e de direitos humanos.
Vejamos alguns efeitos práticos da corrupção: o alto custo do acesso aos serviços de saúde e educação; padrões de saúde e segurança públicas precárias, riscos ambientais, violação dos direitos humanos, precariedade do acesso à justiça. Além das mulheres e das crianças, os portadores de deficiência, pessoas com vírus HIV, idosos e os refugiados estão entre os que mais sofrem as consequências da corrupção.

O que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto? E, ao refletirmos sobre e as Escrituras, o que se espera que seja a nossa práxis como igreja de Cristo.

"E criou Deus o homem à Sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1:27)

"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto" (Gn 1:31)

A desobediência da criatura humana abre as portas para toda a cultura de violência e morte que vai descaracterizar a imagem de Deus no homem.

"A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra." (Gn 6:11-12)

A corrupção, como a conhecemos e a tratamos hoje, é talvez a violência em sua forma mais cruel. Não é possível dissociarmos a ideia de corrupção daquilo que entendemos como violência à dignidade humana, seja pela precarização dos serviços públicos, seja pela facilitação do crime ou pelo aumento da miséria.

A corrupção aflige a terra desde a Queda. Não é surpresa, portanto, que muitos a vejam como algo normal, inevitável; um mal necessário na condução dos negócios e a forma como o rico e o poderoso levam sempre vantagem sobre o pobre e o fraco.

Porém as Escrituras deixam claro que a corrupção é uma injustiça e, mais do que isso, elas nos chamam a um posicionamento contra a corrupção.
O relato de corrupção, propina ou suborno mais conhecido da história está na Bíblia. Foram as 30 moedas de prata dadas pelos sacerdotes judeus a Judas Iscariotes para que ele os levassem até o Jardim do Getsemani, onde Jesus e os discípulos passavam a noite. Lá Judas mostrou a eles através do beijo da traição quem era Jesus. Judas era ganancioso e o dinheiro significava para ele, muito mais do que lealdade ou amor. Ele foi motivado por ganância e ganho pessoal. Quando ele se deu conta do mal feito e das consequências da sua traição, jogou as moedas no pátio do templo e cometeu suicídio (Mt 26 e 27; Mc 14; Lc 22).

Corrupção em forma de propina ou suborno é condenada ao longo de toda a Escritura Sagrada.
Samuel foi o primeiro dos profetas do Antigo Testamento e um grande líder em Israel. Porém, mais tarde em sua vida, em sua casa, ele acusou os seus filhos de não andarem em seus caminhos. Foram avarentos, aceitaram subornos, torceram a lei (I Sm8:3). A distorção da justiça é uma das piores consequências do suborno porque permite que o rico explore o pobre. Na despedida que Samuel fez junto ao seu povo na coroação do rei Saul, ele perguntou: "...diga-me de quem recebi suborno e com ele encobri meus olhos, e eu vo-lo restituirei?" (I Sm 12:3). Ele teve uma vida exemplar e a multidão não hesitou em responder: "em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém." (I Sm 12:4)

Davi, rei de Israel, fez uma pergunta retórica no Salmo 24: "Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração. Que não entrega a sua alma à vaidade e nem jura enganosamente." No Salmo 26, porém, ele apresenta o homem que tem a mão direita cheia de subornos em contraste com o outro homem do Salmo 15:5 que "não empresta o seu dinheiro visando lucro e nem aceita suborno contra o inocente."

O profeta Isaías elogia "...aquele cuja mão não aceita suborno." (Is 33:15). E o profeta Amós denuncia "vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais." (Amós 5:12)

Em seu artigo 'O que a Bíblia diz sobre corrupção', Hermes C. Fernandes apresenta textos bíblicos categorizados em modos distintos de fraude financeira nas esferas pública e privada, mostrando a corrupção como algo inaceitável diante de Deus:

Advertência contra a corrupção no funcionalismo público

"Chegaram também uns cobradores de impostos, para serem batizados, e lhe perguntaram: Mestre, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não peçais mais do que o que vos está ordenado". Lucas 3:12-13

Advertência contra a corrupção policial

"Então uns soldados o interrogaram: E nós, o que faremos? Ele lhes disse: A ninguém trateis mal, não deis denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo". Lucas 3:14

Advertência contra a corrupção no Poder Judiciário

"Não torcerás a justiça, nem farás acepção de pessoas. Não tomarás subornos, pois o soborno cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos. Segue a justiça, e só a justiça, para que vivas e possuas a terra que o Senhor teu Deus te dá". Deuteronômio 16:19-20
"Também suborno não aceitarás, pois o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos".Êxodo 23:8
"O ímpio acerta o suborno em secreto, para perverter as veredas da justiça". Provérbios 17:23
"Ai dos que...justificam o ímpio por suborno, e ao justo negam justiça". Isaías 5:22a,23
"Até quando defendereis os injustos, e tomareis partido ao lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão; protegei os direitos do pobre e do oprimido. Livrai o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabem, e nada entendem. Andam em trevas". Salmos 82:2-5a
"Não farás injustiça no juízo; não favorecerás ao pobre, nem serás complacente com o poderoso, mas com justiça julgarás o teu próximo". Levítico 19:15

Independência entre os poderes

"Pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja reto. Todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com uma rede. As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores". Miquéias7:2-3

Advertência contra a corrupção no Poder Executivo

"Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas". Isaías 1:23
"Pela justiça o rei estabelece a terra, mas o amigo de subornos a transtorna". Provérbios 29:4
"Abominação é para os reis o praticarem a impiedade, pois com justiça se estabelece o trono". Provérbios 16:12

Advertência acerca dos assessores corruptos

"Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça". Provérbios 25:5

Advertência contra a corrupção no Poder Legislativo

"Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades, para privar da justiça os pobres, e para arrebatar o direito dos aflitos do meu povo, despojando as viúvas, e roubando os órfãos! Mas que fareis no dia da visitação, e da assolação, que há de vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória, sem que cada um se abata entre os presos, e caia entre os mortos?" Isaías 10:1-4

Advertência contra a corrupção e a ganância no meio empresarial

"No meio de ti aceitam-se subornos para se derramar sangue; recebes usura e lucros ilícitos, e usas de avareza com o teu próximo, oprimindo-o. E de mim te esqueceste, diz o Senhor Deus. Eu certamente baterei as mãos contra o lucro desonesto que ganhastes..." Ezequiel 22:12-13a
"Melhor é o pouco, com justiça, do que grandes rendas, com injustiça". Provérbios 16:8
"O que oprime ao pobre para aumentar o seu lucro, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá". Provérbios 22:16

Advertência contra juros absurdos praticados pelo Sistema Financeiro

"O que aumenta a sua fazenda com juros e usura, ajunta-a para o que se compadece do pobre". Provérbios 28:8
"Sendo o homem justo, e fazendo juízo e justiça (...) não oprimindo a ninguém, tornando ao devedor o seu penhor, não roubando, dando o seu pão ao faminto, e cobrindo ao nu com vestes; não dando o seu dinheiro à usura, não recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem; andando nos meus estatutos, e guardando os meus juízos, para proceder segundo a verdade, o tal justo certamente viverá, diz o Senhor Deus". Ezequiel 18:5,7-9
"Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre, que está contigo, não te haverás com ele como credor; não lhe imporás juros". Êxodo 22:25
"Aos retos até das trevas nasce a luz, pois é compassivo, compassivo e justo. Bem irá ao que se compadece e empresta, que conduz os seus negócios com justiça. (...) É liberal, dá aos pobres, a sua retidão permanece para sempre; a sua força se exaltará em glória".
Salmos 112:4-5,9

Advertência acerca dos Direitos trabalhistas

"Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando contendiam comigo, então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo ele a causa, que lhe responderia?" Jó 31:13-14
"Chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o trabalhador, e pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos". Malaquias 3:5
"Vós, senhores, dai a vossos servos o que é de justiça e eqüidade, sabendo que também vós tendes um Senhor nos céus". Colossenses 4:1
"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás. O salário do operário não ficará em teu poder até o dia seguinte". Levítico 19:13

Advertência contra lucros desonestos

"O mercador tem balança enganadora em sua mão; ele ama a opressão". Oséias 12:7
"Não terás dois pesos na tua bolsa, um grande e um pequeno. Não terás duas medidas em tua casa, uma grande uma pequena. Terás somente pesos exatos e justos, e medidas exatas e justas, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Pois o Senhor teu Deus abomina todo aquele que pratica tal injustiça". Deuteronômio 25:13-16

"Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer". Provérbios 11:1
"O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa". Provérbios 16:11
"Poderei eu inocentar balanças falsas, com um saco de pesos enganosos?" Miquéias 6:11
"Não cometereis injustiça nos julgamentos, nas medidas de comprimento, de peso ou de capacidade. Balanças justas, pesos justos, efa justo, e justo him tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito."Levítico 19:35-36.

No primeiro século depois de Cristo, o apóstolo Paulo se recusou pagar suborno ao governador romano Félix. O governador admitiu que Paulo não havia feito nada de errado. Mas ele ainda assim o manteve na prisão porque "esperava que Paulo oferecesse a ele algum dinheiro" (At 24:26). Paulo não pagou o suborno e como resultado ele permaneceu preso. Esse tempo na prisão poderia ser gasto em visitas e encorajamento às igrejas que ele havia fundado ou, quem sabe, fazendo a tão sonhada viagem missionária à Espanha. Porém ele escolheu não pagar essa quantia em dinheiro que poderia ser facilmente arrecadada entre os cristãos ricos. Nenhuma 'justificativa' para o suborno poderia ser maior do que essa que o apóstolo teve; mas ele se recusou a faze-lo. Ao invés de visitar as igrejas, ele escreveu cartas para elas. Cartas que nós lemos hoje. O nosso sofrimento pelo evangelho não se perde dentro da providência divina.

Essas passagens nos mostram que, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, o suborno é entendido como um pecado contra Deus. Uma perversão da justiça que permite que o rico explore o pobre; e dentre os pobres, mulheres e crianças são os que mais sofrem. Abusos de poder que só satisfazem a ganância.
A corrupção não é apenas moralmente errada. Ela mina o desenvolvimento econômico, distorce a lisura na tomada de decisões e destrói a coesão social.
A corrupção mata! A corrupção é desonra a Deus e, por isso, é a antítese do amor ao próximo.

No episódio de Caim e Abel, em Gênesis 4, vemos Caim buscando 'comprar' o reconhecimento do Senhor e para tanto, Caim decide tirar a vida do seu irmão. O Senhor Deus questiona a Caim sobre o paradeiro de seu irmão. Caim responde com uma pergunta que tenta justificar a sua independência arrogante: "Acaso sou eu o guardador do meu irmão?" (vs 9). Somos, ou deveríamos ser, os guardadores do nosso próximo; promotores de conciliações, construtores de pontes e não agentes de violência e morte.

Como vimos no texto de Gn 6 "... a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência."
Considerando que a corrupção, na perspectiva que estamos tratando-a hoje, é um dos maiores, se não o maior, ato de violência direta ou indireta do homem contra o seu semelhante e contra a criação, o que, então, nós, discípulos de Jesus, podemos fazer? Que contribuição podemos dar na luta contra a corrupção?

Considerando que toda lei de Deus converge em Cristo nos conclamando ao amor a Deus e ao próximo (Mt 22:36-38), e ele é a expressão perfeita da vontade do Pai para o homem, penso que o próprio Cristo nos aponta o caminho a seguir.

1. Jesus nos apresenta o modelo da não-violência

Na noite em que foi preso, quando um soldado veio na direção de Jesus, o Mestre advertiu Pedro que já estava pronto pra briga: "Ponha a espada de volta...o que vive pela espada, morrerá por ela" (Mt 26:52). Os valores do reino de Deus são outros. Nosso poder é poder para ser e para servir; não para revidar na mesma moeda. O modelo de combate do cristão não passa pela reprodução da violência.

2. Jesus apresenta a fonte da violência

"E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e compreendei.
Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.
Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios,
Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem."
Marcos 7:14-23

Ainda que a violência em forma de corrupção possa ser manifestada através de sistemas, esquemas e estratagemas, sabemos que a fonte será sempre o coração corrupto do homem. E é muito bom entendermos isso porque nos ajuda a colocar as coisas em perspectiva e a compreendermos pelo menos duas coisas:
Primeiro que, potencialmente, todos nós estamos sujeitos à corrupção e precisamos ser cuidadosos em como vivemos a vida. Segundo, ajuda-nos a entender que a corrupção é uma questão de escolha pessoal, e não o fruto de um sistema sem rosto. Para cada escolha, uma responsabilidade.

3. Jesus nos encoraja a enfrentarmos a violência com bravura
Jesus ensinou que o mundo é um lugar perigoso de se viver. Mas ele desafiou seus seguidores a não terem medo. "Não temam aqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma." (Mt10:28)
Ele também disse: "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". João 16:33
Tenham ânimo! A tradução para o inglês é 'sejam bravos!'
Que tipo de bravura é essa que Jesus pede dos seus seguidores?

4. Jesus exige de nós uma resposta à violência

Penso que é no sermão do monte onde vamos encontrar aquilo que Jesus deseja que façamos em relação à corrupção e a qualquer forma de violência. As palavras de Jesus tratam dos desafios da vida real. É quando ele diz: "Felizes os pacificadores pois eles serão chamados filhos de Deus." (Mt 5:9). Fazer a paz dá trabalho, trabalho duro, trabalho frustrante, muitas vezes inconveniente. Felizes aqueles que gastam as suas vidas a serviço da reconciliação e da shalom.

Em seu livro, O Custo do Discipulado, Dietrich Bonhoeffer diz:"Os seguidores de Jesus foram chamados para a paz. Quando ele os chamou, eles encontraram sua paz, porque ele é a sua paz...Mas a eles foi dito que deveriam não apenas ter paz, mas fazer a paz."

John Stott, em seu comentário do sermão do monte diz, "Agora pacificação é uma obra divina. Por paz entenda-se reconciliação, e Deus é o autor de toda paz e reconciliação."

Pacificadores, portanto, são construtores de pontes num mundo de relações corrompidas.
Pacificadores agem em nome de Jesus, na base dos valores do reino de Deus, promovendo diálogos para a reconciliação.
Pacificadores enfrentam a corrupção de forma pacífica, inteligente e criativa, tendo sempre a justiça do Reino como referência para a Shalom.
Pacificadores vão às ruas e clamam pela paz; articulam-se com outros grupos que tenham interesse comum para fazerem trabalho conjunto; promovem campanhas; mobilizam igrejas na ação contra o mal em forma de violência e corrupção;
Pacificadores acompanham as decisões políticas e buscam incidência pública objetivando a implementação de mecanismos de controle social e transparência;
Pacificadores dão voz aos sem-voz.
Pacificadores buscam diálogos possíveis e quando não é possível, falam sozinhos.
Pacificadores são o sal que preserva o mundo da corrupção do mal.
Pacificadores são a luz que traz às claras aquilo que se esconde na escuridão.
Pacificadores bem-aventurados; que têm fome e sede da justiça de Deus.

Corrupção é uma questão de caráter. Não se garante transformação de caráter através de controle social e transparência na administração pública. Caráter, nós sabemos, só quem transforma é Deus.
Há, portanto, dois níveis de ação da igreja nesse terreno.
O primeiro é de fazer um chamado à própria igreja a um posicionamento ético que identifique os frutos de justiça produzidos pela ação do Espírito Santo na vida daqueles que se dizem nova criação. Ou seja, precisamos admitir que somos parte do problema desse país. Uma igreja corrompida e corruptora não tem o que dizer em matéria de ética na governança pública.
O outro nível de ação nos move na direção de uma maior incidência pública para a garantia do cumprimento das leis, ou a criação de novas leis, que contribuam para a construção de um ambiente social onde se garanta um mínimo de justiça.
Aqui eu quero citar o Pr Carlos Queiroz, para argumentar em favor de um engajamento da igreja nas questões de justiça e paz no mundo dos homens:

"A justiça de Deus é bem maior que o conceito de justiça do ser humano. É baseada em valores como mansidão, sensibilidade, misericórdia e amor. Mas isso não quer dizer que a justiça de Deus é menor do que o mínimo exigido pela justiça humana, como o direito à habitação, alimentação, saúde, educação, lazer, liberdade de exercer a vocação humana."

"Uma igreja socialmente responsável se utilizará dos instrumentos democráticos para que a sua espiritualidade em missão tenha incidência nas políticas públicas, nos direitos do cidadão e nos testemunhos de boas obras e prática da justiça."

Deus quer vida; a corrupção destrói a vida.
Deus quer justiça; a corrupção oprime o pobre roubando-lhe os direitos.
Deus quer riqueza honesta; a corrupção cria obstáculos ao desempenho econômico.
Deus quer comunidade; a corrupção destrói a confiança e a segurança.
Deus quer dignidade; a corrupção destrói a dignidade e a credibilidade.
Deus quer paz; a corrupção fortalece a violência e os aparatos militares.

A luta contra a corrupção, portanto, faz todo o sentido para aqueles que dizem conhecer o Deus incorruptível e almejam viver para servi-lo, refletindo na vida o Seu caráter santo. A revelação de Deus na Sua Palavra nos confronta, nos transforma e nos move à missão. A missão se dá no solo real de um mundo corrompido e fraturado. Sempre que a igreja busca se envolver na justa causa contra a corrupção estará respondendo à Deus de forma diferente de Caim:
'Eu sei, sim, onde está o meu irmão, porque sou responsável por ele. Sua vida me diz respeito. Como posso servi-lo?'


O evangelho é sem dúvida boas novas para o homem perdido. Ele nos fala do amor de Deus e de como, por sua graça e misericórdia, os mortos espiritualmente são vivificados(Efésios 2:1-8). Ele oferece cura para os enfermados pelo pecado e descanso para os que levam pesados fardos. Com gratidão e alegria, homens humildes responderam à mensagem e por meio da fé em Jesus Cristo escaparam da escravidão da iniqüidade. Como benfeitores do sacrifício de Cristo, foram libertos de um estado de pecado realmente desesperador e foram feitos filhos e herdeiros de Deus (Romanos 8:15-17). Agora vivem como filhos da luz, sendo exortados a andar "de modo digno da vocação a qual fostes chamados" (Efésios 4:1).

As práticas da carne não foram facilmente descartadas por muitos dos filhos de Deus. Os velhos costumes custam a passar, sobretudo se o compromisso da pessoa for incerto ou se o crescimento foi retardado pela insuficiência na nutrição ou na prática espiritual. A estrada que conduz à ruína está sempre aberta e facilmente é encontrada por aqueles cuja mente não está firmemente posta nas coisas de cima. Mesmo as pessoas mais justas podem tropeçar se baixarem a guarda e deixarem de "vigiar e orar". Será sempre necessário que os mestres fiéis ajam como vigias e advirtam sobre o mal iminente que espera os que praticam o pecado.

Paulo já havia advertido os gálatas sobre as conseqüências de andar na carne (Gálatas 5:21), e em sua epístola a eles mais uma vez implora para que se lembrem da lei de Deus acerca da colheita: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7).

Que o pecado produz desastre e tragédia deve ser óbvio para o homem honesto. Vivemos em um mundo que foi marcado e aleijado pela rebeldia do homem contra Deus. O pecado continuará a arruinar e destruir os que tolamente o abraçam.

Em primeiro lugar, pense que para praticar o pecado violamos o propósito que o Criador tem para nós. O homem foi feito à imagem de Deus e, embora revestido de carne, é um ser espiritual. O homem não se rebela "naturalmente" contra o seu Criador. Não prefere "por natureza" e escolhe as paixões degradantes da carne, resistindo às veredas da justiça. Na verdade, sua inclinação natural o encaminha para ter prazer na lei de Deus no homem interior (Romanos 7:22). Isso significa que o homem intuitivamente reconhece a natureza superior a "justiça" inerente dos princípios da verdade. Para que o homem viole esses princípios, ele tem que primeiramente voltar-se contra si mesmo. Suas circunstâncias passam a ser semelhantes aos pensamentos expressos por Paulo: ". . . pois não faço o que prefiro e sim o que detesto" (Romanos 7:15). Esse homem leva uma vida de conflito interno constante, perdendo respeito próprio e a paz de espírito, até que por fim a voz da consciência é calada e o engano próprio substitui a honestidade (1 Timóteo 4:2; Romanos 1:21-22). Uma transformação degradante começa, a qual o levará cada vez mais longe de Deus. Não nos surpreende que Paulo advertisse aos gálatas que viver pela carne destruiria toda a espiritualidade do homem "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer" (Gálatas 5:17). Cristão, tome cuidado! Um retorno ao pecado fará de você a mais infeliz das criaturas: "Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal" (2 Pedro 2:22).

Andar na carne também gera conflitos com o nosso próximo. É por isso que os homens mordem e devoram uns aos outros (Gálatas 5:13-15). O homem carnal fica desconfiado, sem fé, insensível. O ódio dele e a intolerância que tem para com os outros é um reflexo de seu próprio vazio e insatisfação com a vida. Ele pode apresentar uma fachada dizendo que é feliz, mas na verdade não pode escapar dos momentos inevitáveis em que a vida é medida e ele deve perguntar: "Isso é tudo?".

A maior tragédia do pecado é declarada por Paulo em Gálatas 5:21: "Eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam". Paulo refere-se aqui à existência eterna do homem com Deus no céu (Mateus 25:34; 2 Pedro 1:10-11), e não poderia haver um apelo mais solene feito para incitar o homem a andar no Espírito.

A natureza do pecado (rebelião contra Deus) determina que Deus não pode associar-se com os que se lhe opõem, e o desejo do homem de andar contrariamente às leis de Deus demonstra que ele não é digno dessa comunhão. O homem que tolamente prefere os prazeres sórdidos e profanos da carne aos tesouros de Deus virá a conhecer o máximo de horrores. Ele conhecerá uma eternidade intocada pela presença de um Deus justo e amoroso. Para sempre não terá mais acesso a todo bem e a toda coisa de valor que em qualquer momento existiu.

"Não vos enganeis . . . Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção" (Gálatas 6:7-8).


1. A Bíblia proíbe expressamente a entrega ou aceitação de subornos ou 'ofertas': 

Êxodo 32:8 Também suborno não aceitarás, pois o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.

 Provérbios 29: 4 Pela justiça o rei estabelece a terra, mas o amigo de subornos a transtorna.

 Eclesiastes 7:7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.

 2. Tanto o dar, como o receber subornos são geralmente motivados pelo egoísmo e pelo próprio interesse: 

Provérbios 17: 23 O ímpio aceita o suborno em segredo, para perverter as veredas da justiça. 22: 16 O que oprime ao pobre para aumentar o seu lucro, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá.

 Isaías 1: 23 Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas.

 Ezequiel 13: 19 Vós me profanastes entre o meu povo, por punhados de cevada, e por pedaços de pão, para matardes as almas que não haviam de morrer, e para guardardes vivas as almas que não haviam de viver, mentindo assim ao meu povo que escuta mentiras. 

Miquéias 7: 3 As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores. 
3. Exemplos bíblicos de pessoas que aceitaram subornos de pessoas imorais: 

Números 22:14-22a [Balaque tentou subornar Balaão para amaldiçoar os filhos de Israel.]
 14Levantaram-se os príncipes dos moabitas, voltaram a Balaque, e lhe disseram: Balaão recusou-se a vir conosco.
15 Balaque tornou a enviar outros príncipes, em maior número e mais honrados que os primeiros.
16 Chegando a Balaão, disseram-lhe: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim, 
17 porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres. Portanto vem, rogo-te, e amaldiçoa por mim este povo. 
18 Respondeu Balaão aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia desobedecer à ordem do Senhor meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande. 
19 Agora rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá ainda.
20 Veio o Senhor a Balaão, de noite, e disse-lhe: Visto que aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, e vai com eles, mas farás somente o que eu te disser. 
21 Então Balaão se levantou de manhã, selou a sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe. 
22 Mas a ira de Deus se acendeu quando ele se foi.

 Juízes 16:5 Os príncipes dos filisteus subiram a ela [Dalila], e lhe disseram: Persuade-o [Sansão], e vê em que consiste a sua grande força, e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o subjugarmos. Cada um de nós te dará mil e cem moedas de prata. 

1.Samuel 8: 1 Tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.
 2 O seu primogênito chamava-se Joel e o segundo Abias, e foram juízes em Berseba.
 3 Porém seus filhos não andaram nos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, aceitaram subornos e perverteram o juízo.

 Ester 3: 9 [Hamã subornbou o rei Assuero para destruir os judeus:]Se agradar ao rei, decrete-se que sejam mortos, e eu porei nos tesouros do rei dez mil talentos de prata para os homens que executarem este negócio.

 Mateus 28:12-15 [Os judeus subornaram os soldados que guardaram a tumba de Jesus para que eles ajudassem a espalhar suas mentiras:] 
12 Reunindo-se eles com os anciãos, deliberaram dar muito dinheiro aos soldados, recomendando: 
13 Dizei que vieram de noite os seus discípulos e, enquanto dormíeis, o furtaram. 
14 Caso isto chegue aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. 
15 Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E espalhou-se esta história entre os judeus, até o dia de hoje.

 Marco 14: 10 Então Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes, para lhes entregar Jesus.
 11 Eles, ouvindo-o, alegraram-se e lhe prometeram dinheiro. De modo que ele procurava uma oportunidade para o entregar. 

Atos 24:26 [O governador Felix esperava um suborno de Paulo:] Esperava ao mesmo tempo que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse, pelo que também muitas vezes o mandava chamar, e falava com ele.

 4. Os ganhos provenientes de suborno são insignificantes em comparação com o que custam, em termos dos julgamentos de Deus: 

Jó 15: 34 Pois o ajuntamento dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.

 Provérbios 15: 27 O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa, mas o que odeia o suborno viverá. 

Provérbios 29:4 Pela justiça o rei estabelece a terra, mas o amigo de subornos a transtorna. 

Isaías 5:22a Ai dos que são poderosos para beber vinho, 23 que justificam o ímpio por suborno, e ao justo negam justiça.

Amós 2:6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sandálias. 

Amós 5: 11 Portanto, visto que pisais o pobre, e dele exigis tributo de trigo, edificareis casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejaveis plantareis, mas não bebereis do seu vinho. 
12 Porque sei que são muitas as vossas transgressões, e enormes os vossos pecados. Afligis o justo, tomais suborno, e rejeitais os necessitados na porta.

 5. Deus prometeu abençoar àqueles que mantêm a sua integridade ao não dar nem receber subornos:

 1 Samuel 12:3 [Samuel julgava Israel honestamente e nunca aceitou um suborno:] Aqui estou. Testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido: De quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem oprimi? Das mãos de quem recebi suborno para encobrir com ele os meus olhos? Se fiz alguma dessas coisas, eu a restituirei.

 Salmo 26:9 Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida com a dos homens sanguinarios, 
10 em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos. 
11 Mas eu ando na minha integridade; livra-me, e tem compaixão de mim. 

Provérbios 15: 27 O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa, mas o que odeia o suborno viverá. 

Isaías 33: 15 O que anda em justiça, e o que fala com retidão, que arremessa para longe de si o ganho de opressões, e que sacode das suas mãos todo suborno, que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal; 
16 este habitará nas alturas, e as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio. O seu pão lhe será dado, e as suas águas serão certas. 

6. Há momentos em que dar um presente ou donativo é aceitável, como um gesto de bondade ou de reconciliação, mas não para corromper um julgamento: 

Gênesis 32:11-21 ; 33:8-11 [Jacó insiste em dar um grande presente para ajudar a reconciliar com seu irmão Esaú. Jacó ora:] 
11 Livra-me peço-te, das mãos de meu irmão, das mãos de Esaú, pois eu o temo, para que não venha ele matar-me, e a mãe com os filhos.
12 Mas tu disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar.
13 Ele passou ali aquela noite, e tomou, do que tinha, um presente para seu irmão Esaú: 
14 duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros,
 15 trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos.


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